Depois de revelada a indisponibilidade de Vítor Bento, José Honório e João Moreira Rato para liderarem a instituição, foram conhecidos os nomes dos elementos que integrarão o novo conselho de administração do Novo Banco.
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Ainda antes da hora de almoço o Expresso dava conta do convite feito por Carlos Costa a Eduardo Stock da Cunha para suceder a Vítor Bento na administração do Novo Banco.
A escolha do Governo e do Banco de Portugal (BdP) recai, desta vez, sobre um profissional cujo “percurso se confunde com o do Santander”, podia ler-se na notícia desta manhã publicada pelo Expresso. Além disso, Eduardo Stock da Cunha, de 51 anos de idade, é um nome sobejamente conhecido entre diversos presidentes de conselho de administração de outros bancos portugueses. Licenciado em economia pela Universidade Católica e com um MBA da Universidade Nova, está há quase três décadas no sector financeiro. Atualmente trabalhava com António Horta Osório no Lloyds, tendo ainda feito parte da equipa deste aquando da fundação do Santander em Portugal. Até outubro do ano passado, desempenhou funções de administrador executivo do Santander nos EUA.
A saída da anterior administração
“Aquele que é considerado o maior colapso financeiro da Europa” pelo Financial Times é uma história com novos desenvolvimentos. Em mais um fecho de semana, foi conhecida a decisão de saída da equipa de gestão encabeçada por Vítor Bento, incluindo o vice-presidente José Honório e o administrador financeiro João Moreira Rato. Segundo o comunicado a decisão de abandono não acontece “em conflito com ninguém, mas apenas porque as circunstâncias alteraram profundamente a natureza do desafio com base no qual aceitáramos esta missão em meados de Julho", referem os três elementos que assinam o documento. Pode ler-se também que os membros consideram que durante o exercício das suas funções “contribuíram para a estabilização do banco” pondo “em marcha as acções necessárias para a normalização e melhoria do seu funcionamento”.
Ainda durante o curto mandato desta administração foi apresentada pela equipa do economista Vítor Bento ao BdP um plano de “desenvolvimento sustentável” do Novo Banco que ajudasse a “atrair investidores” de forma a poder “formar uma estrutura acionista estável”. Aquele que parecia ser um projecto de longo prazo revelou-se efémero.
Recordamos que Vítor Bento e a sua equipa foram nomeados no início de julho para assumirem o comando do ainda denominado BES, assistindo posteriormente ao seu resgate e cisão em Banco Mau e “Novo Banco”, no qual o Fundo de Resolução injetou de 4,9 mil milhões de euros. Se os dramáticos resultados do primeiro semestre precipitaram a intervenção do BdP, as perdas nos ativos sob gestão tanto na sociedade gestora pertencente ao grupo, como - ao que a Funds People apurou - nos depósitos bancários, levaram várias vozes de diferentes quadrantes da sociedade portuguesa a defenderem a venda rápida da instituição.
O BdP, num comunicado publicado este sábado, deixou bem claro o desejo de que a venda do Novo Banco aconteça num “prazo tão curto quanto razoavelmente exequível” a fim de garantir “o desenvolvimento de um projecto criador de valor para a instituição, para os seus trabalhadores, para o sistema financeiro e para a economia nacional”, diz.
Em suma, é com a missão de preparar o Novo Banco para um processo de venda no curto prazo que Eduardo Stock da Cunha assume os desígnios da instituição. É certo que estamos perante um banqueiro com larga experiência mas, igualmente, por um profissional que passou por entidades que podem, eventualmente, vir a estar na corrida à aquisição do Novo Banco.