ETF mais subscritos em agosto: mês tumultuoso, com as obrigações em destaque

Vimos recentemente no artigo dos fundos mais subscritos de agosto que os investidores mantêm o interesse pelos fundos do mercado monetário, num mês em que o tema das commodities também esteve em destaque. Já nos ETF mais subscritos de julho, a atenção dos investidores foi para o S&P 500.

Agosto: mês tumultuoso e de acrescida incerteza

De acordo com João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, o passado mês de agosto foi “um período tumultuoso e de acrescida incerteza”, com diversos eventos relevantes que ocorreram nos mercados financeiros e na economia global. Em primeiro lugar, relata, o mercado de ações teve “um mês misto”, com setores como a banca, os serviços financeiros e a energia a liderarem os ganhos, enquanto no mercado norte-americano empresas como a Nvidia apresentaram sinais de volatilidade.

De seguida, o profissional destaca também o facto de divisas como o iene e o franco suíço terem registado uma forte apreciação, “com os investidores a refugiarem-se nestas moedas, retirando exposição a ativos mais arriscados”, explica. Salienta também a redução das yields, com as maturidades de dois anos a pareceram terem atingido o topo deste ciclo, e o facto do crude WTI ter tido um comportamento misto ao longo do mês, “testando máximos de 80$, mas terminando a 73,55$ com incertezas no Médio Oriente e sanções sobre a Rússia”, acrescenta. Por último, João Queiroz afirma que “a cotação do ouro manteve-se estável, próximo dos máximos históricos, com a onça a negociar acima dos 2.500$, impulsionada pela procura de ativos de refúgio e pela desvalorização do dólar”. Além disso, a bitcoin aproveitou as subidas dos metais preciosos para procurar recuperar o ímpeto de subidas.

Todos estes fatores estão refletidos nos ETF mais subscritos do Banco Carregosa, sendo possível encontrar ETF sobre metais preciosos, como o iShares Gold Producers UCITS ETF, e a bitcoin, com o ProShares Bitcoin Strategy ETF.

Obrigações em destaque

Nos mais subscritos do Banco Best, as obrigações foram a classe de ativos em destaque, principalmente as obrigações governamentais nos EUA. No entanto, foi o iShares Core MSCI World UCITS ETF, uma opção mais generalista e global de ações, que mereceu o primeiro lugar da preferência dos investidores.

Ângelo Custódio, trader na entidade, conta que “os mercados de títulos de dívida pública, que desfrutaram de um verão sólido nos seus ganhos, registaram em agosto uma pressão nos seus preços, face à possibilidade de cortes rápidos nas taxas de juro, uma maior desaceleração da inflação, e claro uma eleição presidencial nos EUA extremamente equilibrada”. Adicionalmente, acrescenta ainda o profissional, “nas obrigações governamentais norte-americanas, os títulos a 10 anos recuaram cerca de 30 pontos base, a maior queda registada este ano, e na Europa também se registaram quedas significativas, como foram os casos das obrigações governamentais da Alemanha e do Reino Unido”.

Desta forma, no Top 10 do Banco Best podemos encontrar os seguintes ETF sobre obrigações: o iShares JPM USD EM Bond EUR Hedged, com foco em obrigações soberanas de mercados emergentes denominados em dólares; o iShares USD Treasury Bond 20+yr, que investe em obrigações governamentais americanas de longo-prazo; o JPM BetaBuilders US Treasury Bond 0-1 yr, que investe em obrigações governamentais americanas de curto-prazo; e o iShares Euro Government Bond 15-30yr, que investe em obrigações governamentais europeias de longo-prazo

Já nas ações, o destaque vai para uma visão mais global por parte dos investidores, e claramente mais diversificada, com as alternativas iShares Core MSCI World UCITS ETF, com foco em ações de 23 países/economias desenvolvidos a nível mundial; Fidelity Global Quality Income, que acompanha empresas de valor dos mercados mais desenvolvidos; iShares Asia Pacific Dividend, com foco nas 50 maiores empresas em pagamento de dividendos na região Ásia/Pacifico; e iShares Core S&P 500 (Acc), com o objetivo de replicar a performance do índice norte-americano S&P500.

Ângelo Custódio, destaca ainda “o mercado de ações suíço, com o Amundi DJ Switzerland Titans 30, focado em replicar a performance das 30 maiores empresas suíças, a demonstrar apetite por parte dos investidores por mercados que não apenas o americano, uma tendência que se ia verificando nos últimos meses”.