ETF mais subscritos: investidores continuam a aposta em ações

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Créditos: Jess Bailey (Unsplash)

Segundo João Queiroz, head of online banking do Banco Carregosa, “o mês de outubro foi o que apresentou os melhores retornos deste ano nos índices acionistas norte-americanos e europeus”. Dessa forma, não é surpreendente que, em outubro, exista um “domínio das preferências por ETF ligados a índices acionistas”, como diz Rui Castro Pacheco, diretor central do Banco Best.

A par do mês de setembro, em outubro encontramos também muita diversidade nas escolhas dos investidores em ETF. No entanto, a classe acionista sobressai tanto do lado do Banco Best, como do lado do Banco Carregosa. “Apesar das negativas surpresas com a inflação e o crescimento económico mais moderado nos EUA e Europa, o apetite pelo risco aumentou significativamente”, aponta João Queiroz.

Oito em 10 ETF no Top do Banco Best seguem índices acionistas. Nesta entidade, as duas exceções “vão para ETF ligados a commodities”, afirma Rui Castro Pacheco. Neste campo, é visível o interesse por “seguir os preços do gás natural, com o United States Natural Gas Fund, LP, e, por outro lado, a procura por beneficiar com os preços da prata, com o iShares Silver Trust”, indica o profissional.

Geograficamente e relativamente aos ETF que seguem índices de ações, “assistimos a alguma preponderância sobre os mercados americanos com duas opções sobre o mais genérico índice, o S&P 500, uma delas com cobertura cambial, com os ETF iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETF e Vanguard S&P 500 UCITS ETF”, afirma Rui Castro Pacheco. Além destes produtos, a procura pelo iShares Russell 2000 Growth ETF, Invesco QQQ Trust e SPDR® S&P Oil & Gas Exploration & Production ETF revela “opções um pouco mais específicas”.

Na Europa, por outro lado, “a opção recaiu sobre o tema da sustentabilidade, com o iShares MSCI Europe SRI UCITS ETF e, por outro lado, sobre o setor dos combustíveis, com a procura a recair no iShares STOXX Europe 600 Oil & Gas UCITS ETF”, revela o diretor central do Banco Best.

No Banco Carregosa, apenas seis em 10 ETF no Top estão ligados a índices de ações. “As alocações dos investidores parecem ter privilegiado uma reação das tecnológicas aos resultados que começaram a ser apresentados em meados desse mês, as subidas da energia/crude e a maior exposição em metais preciosos pela sua correlação como os processos inflacionários”, comenta João Queiroz.

Ao atentarmos no Top 10 desta entidade vemos, por exemplo, o Direxion Daily Technology Bull e o MG Travel Tech, ambos mais ligados ao setor tecnológico. Interessante é também a presença de um ETF que procura acompanhar o desempenho de um índice composto por empresas japonesas de grande, média e pequena capitalização: o iShares Core MSCI Japan IMI UCITS ETF. Relativamente às commodities, o ouro e a prata estão presentes através do SPDR Gold Trust e do iShares Silver Trust.

Já as criptomoedas, como a Bitcoin através do Bitcoin Tracker EUR, “continuam a suscitar acrescido interesse pela aparente capacidade em reagir às mais pesadas correções e com alguma correlação (ainda sem significância) com os metais preciosos”, esclarece o profissional.

ETF mais subscritos de outubro de 2021

Banco BestBanco Carregosa
iShares S&P 500 EUR Hedged UCITS ETFDirexion Daily Technology Bull
iShares STOXX Europe 600 Oil & Gas UCITS ETFMG Travel Tech
iShares Russell 2000 Growth ETFiShares MSCI WORLD UCITS 
iShares Silver TrustiShares Core MSCI Japan IMI UC
Vanguard S&P 500 UCITS ETF iShares Silver Trust
iShares Core MSCI World UCITS ETF SPDR Gold Trust
United States Natural Gas Fund, LPDirexion Daily Semiconductors
iShares MSCI Europe SRI UCITS ETF iShares MSCI World EUR Hedged
SPDR® S&P Oil & Gas Exploration & Production ETFCRUDP ETFS Crude Oil
Invesco QQQ TrustBitcoin Tracker EUR
Fonte: Informação cedida pelas entidades.

Em termos de perspetivas futuras, o profissional do Banco Carregosa deixa a nota: “Com a inflação esperada a incrementar para valores acima de diversos anos e o crescimento económico a abrandar, um possível cenário de estagflação começa a constituir uma preocupação e incerteza entre os investidores”. De facto, Sean Markowicz, responsável de estratégia, research e análise da Schroders, analisou recentemente que ativos podem proteger a carteira deste cenário.