Espera-se que o BCE anuncie o QE para a Europa já amanhã. Mas dará isso lugar a surpresas ou desilusões? A UBS Global Asset Management dá a sua visão.
Quinta-feira pode ser um dia histórico para a Europa. As atenções estão viradas para o Banco Central Europeu que pode anunciar algum tipo de Quantitive Easing (QE), embora nada seja certo. Joshua McCallum e Gianluca Moretti, economistas da área de obrigações da UBS Global Asset Management, acreditam que as principais questões deste QE podem abranger o seu “tamanho, a sua velocidade e a sua data de início, tal como a questão de quais serão os ativos que o BCE vai comprar”.
Sobre este aspeto, a entidade resume, no último Economist Insights, “a surpresa e a decepção de cada um dos ativos possíveis de compra”.
Os especialistas afirmam que tudo começou com um ‘se’ que se transformou num ‘quando’. Isto é, com o passar do tempo ficou cada vez mais vincada a ideia de que seria necessário um QE na Europa, embora não se desconhecesse o timing em que isso iria acontecer. Os economistas da entidade pensam que esse anúncio será na próxima quinta-feira, dia 22, sendo que “apesar do anúncio ser esperado, há muito espaço para surpresas ou para decepções”.
A visão fulcral vai para a importância do tamanho. ”Tem-se falado em cerca de 500 mil milhões de euros, porque este valor irá trazer o balanço do BCE de volta para os 3.000 mil milhões de euros. Este valor equivale a cerca de 6% do PIB, sendo que o QE nos EUA atingiu os 12% do PIB”, pode ler-se no documento.
No entanto, o valor não é totalmente certo. “O BCE usa esse valor porque é a estimativa do mercado”, afirmam.
Sobre a velocidade, os dois economistas relatam que é “importante porque dá a indicação de quão provável poderá ser a existência de um prolongamento do QE. Se for rápido (pouco tempo), é provável que o BCE tenha de tomar mais medidas numa fase posterior”.
Data não é assim tão importante
“A data do início do QE tem uma importância secundária”, afirmam os dois especialistas. “A reunião de quinta-feira pode marcar o início do QE mas talvez os presentes na reunião não cheguem a acordo em todos os detalhes”, continuam Joshua McCallum e Gianluca Moretti. Até porque também existe a questão grega no próximo fim-de-semana. Sobre este factor, os especialistas afirmam que “os bancos gregos podem não ser capazes de se refinanciar junto do BCE com o programa a terminar no final de fevereiro. Neste contexto será difícil para o BCE comprar títulos de dívida grega se não aceitarem como colateral a garantia dos bancos gregos”, sublinham.