Europa e volatilidade foram os fios condutores dos ETFs mais negociados em maio

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“Nos períodos de maior volatilidade nos mercados, os ETFs assumem-se como um dos instrumentos de eleição dos investidores (quer para posicionamentos mais tácticos como para posicionamentos estruturais)”, recorda Isabel Soares, gestora de produto do BiG. Assim, “no decorrer do mês de maio, a lista de produtos mais negociados destacou-se pela diversidade dos subjacentes que engloba”. Ao contrário do que aconteceu noutros períodos, neste não foi evidente “qualquer tendência que beneficie ETFs com subjacentes de uma classe de activos em particular” e, por isso, “a lista abrange produtos que permitem exposição ao segmento accionista, obrigacionista, índices de volatilidade e commodities”. No que diz respeito aos ETFs de ações “foi evidente uma concentração na negociação de produtos com enfoque geográfico na Europa”. Realçam-se a este nível “alguns produtos com exposição aos mercados ibéricos: depois de no último período se registarem outflows que pareciam indiciar realizações de mais-valias acumuladas, muitos investidores parecem agora ter tirado partido dos movimentos de correcção para reabrirem posições em pontos de entrada mais interessantes. Os ETFs Lyxor ETF IBEX 35 e ComStage ETF PSI20 beneficiaram desta tendência registando inflows significativos”. No segmento de rendimento fixo “registaram-se também alguns inflows que voltaram a privilegiar o os produtos High Yield (à semelhança daquilo que já se tinha verificado em meses anteriores)”. Isabel Soares destaca ainda “os volumes negociados nos ETFs sobre commodities (o petróleo destaca-se novamente, numa altura em que alguns investidores, e na sequência dos movimentos de valorização verificados desde meados de março, começam já a realizar os ganhos acumulados fechando posições) e nos ETFs sobre índices de volatilidade (que por norma são especialmente privilegiados pelos investidores em momentos de maior incerteza no mercado)”.

No ActivoBank, por seu lado, João Graça reporta primeiramente que se “continua a verificar que os ETFS alavancados são a principal solução de investimento dos nossos clientes”. Em maio indica que os mercados emergentes voltaram a ser preferência de vários investidores, em particular na China, “na expectativa que sejam anunciadas algumas medidas de estímulo para se atingir a meta de crescimento”. Por outro lado, o profissional salienta que testemunharam “um regresso, após um mês de ausência, da temática da volatilidade ao top”.  Já ao nível sectorial “o setor financeiro e tecnológico garantiram as preferências dos investidores”. Outra das novidades foi “uma entrada inédita no top do ETF US Dollar Index com alguns clientes a continuar a acreditar numa subida da moeda norte-americana face aos principais pares cambiais”.

Mais consonante com outros meses esteve o Banco Best. Carlos Almeida, diretor de investimentos da entidade, explica que “uma vez mais, foi possível observar uma maior preferência pelo investimento em ações”. Salienta que “a preferência dos investidores foi para Europa, através da negociação do ETF da sociedade gestora BlackRock: iShares MSCI Europe UCITS ETF. Simultaneamente, o Amundi ETF Euro Stoxx 50 UCITS ETF C foi ainda um dos ETFs mais negociados no mês anterior. A nível setorial, enquanto na Europa o ETF mais negociado foi o iShares STOXX Europe 600 Automobiles & Parts UCITS ETF, nos EUA, o iShares Nasdaq Biotechnology ETF integrou o TOP5 dos mais negociados do mês transato”. Por seu lado, “o iShares $ Corporate Bond UCITS ETF EUR foi o representante da Classe de Obrigações no TOP5 dos mais negociados em maio”. Salienta também que “ao invés do observado nos meses anteriores, do TOP5 não consta a preferência por ETFs que procuram replicar o índice nacional”.