Fundos mais subscritos de março: tecnologia, saúde e commodities dominam as preferências

Em março, o BCE preparou o caminho para a redução das taxas em junho e a Fed manteve o primeiro corte para esse mesmo mês. Já o Banco do Japão registou em março o seu primeiro aumento de juros em mais de uma década. Veremos agora se estes eventos tiveram alguma influência nos fundos mais subscritos do Banco Best e do Banco Carregosa.

Tal como em fevereiro, o Top 10 do Banco Best é dominado por fundos de ações, com sete fundos a pertencerem a esta classe de ativos. Os três restantes cobrem espectros de risco mais conservador: o já conhecido Property Core Real Estate Fund, um fundo imobiliário, o Pictet-Short-Term Money Market, um fundo monetário que também já tinha aparecido em Top anteriores, e o Allianz Global Investors Fund - Allianz Floating Rate Notes Plus, uma solução com obrigações de taxa variável. Segundo Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best, a escolha deste último fundo é, provavelmente, “para responder a alguma preocupação com a volatilidade nas taxas de longo prazo, já que as obrigações com taxa variável não sofrem tanto impacto com essas oscilações”.

Nos fundos de ações, o destaque este mês vai para o tema das commodities e, tal como em fevereiro, para a tecnologia. Nas commodities, observa-se a preferência pela energia, com o Schroder International Selection Fund Global Energy e pelos metais especiais, com o Invesco Funds - Invesco Gold & Special Minerals Fund. “Nas tecnologias, verificámos procura por um fundo mais genérico, o BlackRock Global Funds - World Technology Fund e um dedicado ao subtema da inteligência artificial, o Allianz Global Investors Fund - Allianz Global Artificial Intelligence”, conta o profissional.

É ainda possível verificar a presença de dois fundos índice, um sobre o índice americano mais genérico, o Fidelity S&P 500 Index Fund, e outro a preferir o índice global de ações, o Fidelity MSCI World Index Fund. A completar o Top, “vemos preferência por um fundo que investe em empresas do setor da saúde, com o fundo BlackRock Global Funds - World Healthscience Fund”, afirma Rui Castro Pacheco. 

Nos mais vendidos do Banco Best, Rui Castro Pacheco observa algumas estratégias multiativos. “Com os atuais níveis de taxas de juro que já possibilitam algum potencial de rendimento nos fundos mais conservadores, podemos estar a assistir a alguma saída de fundos com um perfil de risco intermédio para uma concentração em perfis de risco mais extremos”, explica. 

Mês fora de série

Por sua vez, Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de Fundos do Banco Carregosa, destaca o volume das subscrições que, em março, superou o recorde da entidade. “O montante das subscrições versus o montante dos resgates foi quarenta vezes superior!”, afirma. De acordo com o profissional, desde o início do ano que o valor das subscrições tem aumentado a cada mês. Para Tiago Gaspar, “a leitura dos volumes de transação diz mais sobre o apetite dos investidores do que os fundos escolhidos”, dado que não há uma clara preferência por classe ou geografia. 

Quanto a temas, a tecnologia e a saúde dominam as preferências de investimento. “Desta forma, descrevo o primeiro trimestre de 2024 com um apetite crescente em que março foi um mês fora de série”, conclui.

Fundos mais subscritos no mês de março