Fundos mais subscritos de novembro: investidores estão mais cautelosos na tomada de risco

Nos fundos mais subscritos do Banco Best e do Banco Carregosa do mês de outubro, os fundos de ações dominavam ambos os rankings. Veremos agora se essa tendência se mantém nos fundos mais subscritos de novembro.

Do lado do Banco Best, as ações continuam em destaque, surgindo apenas quatro exceções. Estes quatro fundos são bem diferentes e cobrem os vários espetros de risco. Estamos a falar de um imobiliário, um de tesouraria, um de obrigações e um multiativos. Começando pelo fundo imobiliário, temos o já conhecido Property Core Real Estate Fund, que ocupa o primeiro lugar.

“Relativamente à tesouraria, encontramos o fundo que já tinha aparecido em rankings anteriores, o Pictet-Short-Term Money Market”, afirma Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best. Nos fundos que investem em obrigações, a preferência foi para uma solução com obrigações de taxa variável, o Allianz Floating Rate Notes Plus, “provavelmente para responder a alguma preocupação com a volatilidade nas taxas de longo prazo, já que as obrigações com taxa variável não sofrem tanto impacto com essas oscilações”, explica o profissional.

Quanto à estratégia multiativos, volta a estar presente no Top 10 o Acatis Value Event Fonds. “Este fundo”, explica Rui Castro Pacheco, “procura encontrar empresas com uma boa valorização (value) ou que estejam numa fase de transição ao nível da estratégia de gestão ou de controlo do seu capital (event)”.

Passando agora aos seis fundos de ações, os primeiros fundos do Top são dois fundos que “investem em empresas ligadas a setores de commodities, nomeadamente o ouro e outros metais”, com o Invesco Gold & Special Minerals Fund, e “a energia”, com o Schroder International Selection Fund Global Energy.

“Temos adicionalmente dois fundos índice”, afirma Rui Castro Pacheco, um sobre o índice americano mais genérico, o Fidelity S&P 500 Index Fund, e outro que prefere o índice global de ações, o Fidelity MSCI World Index Fund. As restantes duas escolhas recaem sobre o tema tecnológico, com o BlackRock Global Funds - World Technology Fund, mais abrangente, e o Allianz Global Artificial Intelligence AT, dedicado ao tema da Inteligência Artificial. Ambos os fundos possuem Rating FundsPeople 2023.

Por outro lado, o Top 3 do Banco Carregosa contém dois fundos do mercado monetário e no Top 5 há apenas um fundo da classe acionista. “A leitura que fazemos é que os investidores estão cautelosos na tomada de risco”, afirma Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de Fundos da entidade, acrescentando ainda que esta perceção é reforçada ao observar que “nos resgates nove em dez fundos são da classe acionista”. 

Há uma preferência pela geografia dos EUA nas subscrições, ao passo que nos resgates há uma dispersão geográfica. “As transações, de forma agregada, possibilitam uma leitura de maior cautela: maior foco nos EUA e preferência pela classe obrigacionista e mercado monetário”, afirma o profissional.

Fundos mais subscritos no mês de novembro

Mais resgatados

Segundo Rui Castro Pacheco, o mês de novembro foi um mês com “reduzidos valores de vendas”, pelo que apenas dão alguma nota sobre saídas em obrigações Brasil. “Pode tratar-se de uma tomada de mais-valias já que num ano implacável para quase todos os ativos, este fundo registou uma subida de 20% em 2022 e está a subir numa proporção semelhante este ano”, conclui.

Como já tinha sido mencionado anteriormente, nos mais resgatados do Banco Carregosa, nove em dez fundos pertencem à categoria de ações.