Fundos mais subscritos de outubro: fundos de ações continuam em grande destaque  

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Créditos: Raul Petri (Unsplash)

Recentemente vimos que nos ETF mais subscritos do Banco Best e do Banco Carregosa do mês de outubro se destacou a procura por ativos de refúgio. Desta vez, olhamos para as tendências verificadas nos fundos mais subscritos das duas entidades.  

No Top 10 dos mais subscritos do Banco Best, apesar dos fundos que investem em ações dominarem o ranking, surgem quatro fundos que não pertencem a essa categoria, mais dois do que os que estavam presentes no Top 10 de setembro. As duas primeiras exceções são os já conhecidos Property Core Real Estate Fund, um fundo imobiliário, e o Pictet-Short-Term Money Market, um fundo de tesouraria

As duas novidades são os dois fundos de obrigações. Aqui a preferência foi para duas alternativas que escolhem as obrigações de taxa variável, com o DWS Invest ESG Floating Rate Notes e o Allianz Floating Rate Notes Plus. “Provavelmente para responder a alguma preocupação com a possibilidade de que as taxas de médio e longo prazo ainda possam não ter chegado ao topo, as obrigações com taxa variável podem ser uma boa solução, já que a subida das taxas tem diminuto impacto na sua valorização em mercado”, afirma Rui Castro Pacheco, responsável de Investimentos do Banco Best.

Passando agora para os seis fundos de ações, “os primeiros fundos do Top são dois fundos que investem em empresas ligadas a setores de commodities, nomeadamente o ouro e outros metais”, acrescenta o profissional. Também podemos observar a presença de dois fundos índice, um sobre o índice americano mais genérico e outro a preferir o índice global de ações.

As restantes duas escolhas recaem sobre um tema, as empresas líderes, e um setor, a tecnologia. “Para o fundo sobre o tema das empresas líderes, a procura foi para o fundo Caixa Ações Líderes Globais. Já para a tecnologia, a escolha recaiu no BlackRock Global Funds - World Technology Fund”. Estes dois fundos possuem Rating FundsPeople 2023.

Relativamente aos mais subscritos do Banco Carregosa, “além da manutenção do apetite por fundos de mercado monetário também há um aumento do apetite pelo risco”, afirma Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de Fundos da entidade. 

Este crescente interesse pelo risco fica demonstrado pelo facto de haver apenas um fundo de obrigações no Top 10, dois fundos de ações do setor tecnológico e outros dois de ações da região asiática.

Fundos mais subscritos no mês de outubro

Banco BestRating FundsPeopleBanco Carregosa Rating FundsPeople
Property Core Real Estate FundPimco Income E (EUR HDG) Inc
Schroder International Selection Fund Global Energy B Accumulation USDBGF World Technology E2 (EUR) ACCFP
Invesco Funds - Invesco Gold & Special Minerals Fund E Accumulation EURPictet USA Index R (EUR) ACC
Fidelity MSCI World Index Fund EUR P AccTempleton Asian Growth N (EUR HDG) ACCFP
Pictet-Short-Term Money Market EUR RFidelity China Focus E (EUR) ACC)
DWS Invest ESG Floating Rate Notes LCEuro Cash "A" (EUR) ACC
Fidelity S&P 500 Index Fund EUR P AccFidelity Global Technology A IncFP
Allianz Global Investors Fund - Allianz Floating Rate Notes Plus AT EUREuro Cash "A" (EUR) INC
Caixa Ações Líderes Globais – FIMAAFPBGF Continental European Flexible E2 (EUR) ACCFP
BlackRock Global Funds - World Technology Fund E2 EURFPMSS Global Opportunity "A" ACCFP
Fonte: Informação fornecida pelas entidades.

Mais resgatados 

Quanto aos resgates, Tiago Gaspar considera que “a leitura é turva”, pois o Top 10 é constituído por fundos de ações, fundos de obrigações e fundos multiativos. “Globalmente os investidores estão a aumentar a suas exposições em classes mais arriscadas”, acrescenta o profissional.

Rui Castro Pacheco deixa apenas a nota para algumas saídas em duas estratégias multiativos, em que existe alocação a ativos de maior risco, como as ações, e de menor risco, como as obrigações. “Uma das possíveis explicações para estas saídas será o facto de alguns investidores, tradicionalmente mais conservadores, terem em determinada altura investido neste tipo de fundos, por não haver yield nas obrigações, estando agora a voltar aos fundos de obrigações”, explica.