Nas três plataformas nacionais o mês de março foi de consonância: os fundos de ações voltaram a ser os preferidos dos investidores, que se "apoiaram" no início do programa de flexibilização.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Março foi um mês importante no calendário económico da Zona Euro. O BCE pôs em marcha o anunciado QE, tendo sido iniciadas as primeiras compras de ativos neste âmbito. Será que os fundos mais subscritos nas plataformas nacionais refletem este marco? Segundo o testemunho das três plataformas nacionais – Banco Best, Banco BiG e ActivoBank – os produtos estrangeiros mais comprados no mês de março sugerem que os investidores tentaram tirar proveito deste evento económico. Como?
João Graça, do ActivoBank, começa precisamente por lembrar que “o mês de março assinalou o início oficial do programa de compra de ativos por parte do BCE”, e que, neste contexto, “a generalidade dos principais índices do velho continente beneficiou da desvalorização do euro”. Neste sentido salienta que "os investidores durante este mês se posicionaram no sentido de “aproveitar o “QE” do BCE investindo essencialmente nos mercados acionistas através do Sisf Euro Equity, do Mellon Long-Term Global Equity ou o UBS Equity”.
Também do Banco BiG chega o registo de interesse dos investidores pela componente acionista. Isabel Soares, gestora de produto da entidade, salienta que embora tenham sido diversas as classes de ativos procuradas, existiu alguma predominância “de produtos com exposição ao segmento accionista (dos 10 fundos apresentados, 5 são fundos de acções)”. No topo das preferências, refere, esteve o fundo Invesco Pan European Structured Equity, que antecedeu o Fidelity Global Dividend. “Em termos mais direccionais (e ainda no segmento de fundos de acções), destacaram-se os inflows em soluções com enfoque em países como a Índia (através do fundo Franklin India) ou em sectores como o da saúde (através dos fundos BlackRock World Healthscience ou Fidelity Funds Healthcare), à semelhança do que já tínhamos verificado em alguns dos meses anteriores”, resume.
O mesmo sucedeu no Banco Best. Rui Castro Pacheco, head of asset management, iniciou a sua análise constatando que “o mês de março foi quase uma repetição do mês anterior, sendo os 9 fundos mais comprados exatamente os mesmos, com apenas o 10º a ser diferente”, o que significou “a tendência de procura por maior risco e maior potencial de retorno”. Contas feitas, no terceiro mês do ano o ranking de mais subscritos da entidade conta com 6 fundos de ações, 2 fundos mistos e 2 fundos de obrigações. O profissional indica que ao nível das ações a lista está “repleta de escolhas que já temos visto noutros meses”, sendo três os temas generalistas em ações. Em primeiro lugar fala das ações globais, com a presença do Invesco Global Structured; seguidamente destaque para as ações europeias, com o UBS European Opportunity Unconstrained; por fim é a vez das ações americanas, com o Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth.
Sectoriais prevalecem
Rui Castro Pacheco, mas também João Graça, do ActivoBank, dão ainda conta de ideias mais específicas de investimento. No caso do Best, refere que continuam a verificar o “interesse em empresas do setor da saúde, com os BlackRock World Healthscience e Franklin Biotechnology Discovery, e na economia indiana com o Goldman Sachs India Equity”, enquanto que do ActivoBank, apontam igualmente “os fundos ligados à Saúde”, mas também referentes ao tema da Segurança. João Graça faz ainda questão de salientar que “o petróleo continuou a sua tendência negativa com o anúncio que a produção não abrandou nos EUA por parte da Agência Internacional de Energia, tornando-se o principal responsável pela queda dos títulos energéticos e de recursos naturais”.
High yield mantém presença bem como outros habituées
O Banco Best e o Banco BiG enumeram ainda quais as tendências referentes à restante lista de mais subscritos. No caso do BiG, Isabel Soares adianta que ao nível dos fundos de obrigações se destacou “novamente a procura por fundos com exposição ao segmento de High Yield (Neuberger Berman Short Duration High Yield ) e por soluções flexíveis que abrangem vários compartimentos do segmento de dívida”. Na lista de fundos mais susbcritos na entidade importa ainda fazer referência à manutenção do Nordea Stable Return, que “volta a constar da lista de produtos mais subscritos”, o que, segundo a gestora de produto, mostra que “a preocupação pelo balanceamento dos riscos das carteiras dos investidores parece continuar a privilegiar este tipo de soluções”.
No caso do Banco Best, no universo dos fundos de obrigações, apresenta-se “o fundo de gestão de dinâmica gerido pela Jupiter que é já tradição no TOP”. “Este mês aparece adicionalmente um fundo que investe em obrigações emergentes de forma muito flexível, em que a equipa da Pioneer decide a alocação a empresas vs. governos, moeda local ou “forte” e coberturas ou não de moedas”, relata ainda Rui Castro Pacheco. No caso dos fundos mistos aparecem os habituées, sendo “o Stable Return da Nordea o mais focado em “não perder capital” e o MFS em “aproveitar todas as oportunidades de retorno””.
Fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas em março
|
ActivoBank |
Banco Best |
Banco BiG |
1 |
UBS (Lux) SF Yield (EUR) N Acc |
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR |
Invesco Pan European Structured |
2 |
UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N ACC |
BlackRock Global Funds - World Healthscience E2 EUR |
Fidelity Funds - Global Dividend Fund |
3 |
SISF Euro Equity B |
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc |
Nordea 1 Stable Return Fund |
4 |
Pictet-Sovereign Short-Term Money Mkt US |
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E |
Neuberger Berman Short Dur. High Yld Bd |
5 |
JPM US Select Equity D |
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc |
JPMorgan Funds Global Bond Opportunitie |
6 |
Pictet Security R Eur |
Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc |
BNY Mellon Euroland Bond P |
7 |
UBS (Lux) EF Biotech (USD) P Acc |
The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc |
Fidelity Funds-Healthcare Fund |
8 |
BNY Mellon Long-Term Global Equity A |
Goldman Sachs India Equity Port E Acc |
Jupiter Dynamic Bond Fund Dist |
9 |
Fidelity Funds Global Health Care E |
Franklin Biotechnology Discovery N Acc $ |
Franklin India Fund |
10 |
UBS (Lux) SF Equity (EUR) N Acc |
Pioneer Funds - Emerging Markets Bond C EUR ND |
BlackRock World Healthscience Fund |