Nicolás Barquero: “A Fed subirá as taxas em setembro e o efeito da Grécia na Zona Euro não será duradouro”

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jwellsrobinsonpc, Flickr, Creative Commons

“O início de um ciclo de subidas das taxas de juro nos Estados Unidos, juntamente com a situação grega, acarretam mais riscos e correlação, o que significa menos capacidade de diversificação”, acredita Nicolas Barquero, diretor da área de grandes patrimónios do Deutsche Asset & Wealth Management. O especialista prevê para o segundo semestre de 2015 um “início da normalização da política monetária nos EUA, subindo as taxas da Fed em setembro”, previsivelmente, e considera que “o efeito da Grécia na Zona Euro não será duradouro”.

Na opinião da entidade, “a valorização do dólar e o nível mais baixo de crescimento económico vão fazer com que, face a outros ciclos, neste, as subidas de taxas sejam menores e mais progressivas”. Para além disso estão convencidos que “o factor grego não terá extensão ao resto dos países da Zona Euro”.

Perante este cenário de maior volatilidade, as três alavancas de investimento nas quais aposta a entidade alemã por esta altura são as obrigações high yield, as obrigações emergentes emitidas em moeda forte como os dólares ou euros, e as ações. “Estes ativos podem sair-se bem em contextos de subidas de taxas. Há que aproveitar correções para comprá-los”, diz Barquero.

Entre estes ativos, as ações e, especialmente, as europeias, situam-se no centro das recomendações para as carteiras. Como recorda o CIO da Área de Grandes Patrimónios do Deutsche AWM, “as expectativas de crescimento de lucros para os próximos dois anos são melhores (em ações europeias). O crescimento de dois dígitos por causa da combinação da melhoria das condições da Zona Euro, a debilidade do euro e os menores custos financeiros são outros factores”, que suportam essa idea.