O caminho feito e por fazer do IMGA Alocação Moderada

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Fernando Nascimento. Créditos: Cedida

O equilíbrio entre o retorno e a volatilidade que pautou a gestão do fundo IMGA Alocação Moderada proporcionou-lhe a melhor posição em termos de retorno ajustado ao risco em 2021. Este fundo da oferta de fundos perfilados da maior entidade gestora independente em Portugal, que opera com um limite máximo de dois terços alocados a ações, fechou o ano com um retorno de 10,84%. À FundsPeople, um dos gestores, Fernando Nascimento - que partilha a responsabilidade com Pedro Vieira, CFA -, conta quais foram os drivers de performance, num ano em que as ações foram a classe de ativos que melhor remunerou os investidores. 

Por um lado, o gestor indica exatamente a sobreponderação aos mercados acionistas como um fator de sucesso. Por outro, revela que a gestão colheu frutos muito para lá da exposição a esta classe de ativos. Primeiramente, “a exposição a alternativos, nomeadamente fundos de retorno absoluto e mercadorias”, foram outros “grandes contribuidores para a boa performance do fundo em 2021”, diz. Em segundo lugar, e não menos importante, aponta “a cobertura do risco de taxa de juro e a forte alocação aos segmentos de risco superior do crédito” como “fundamental para os retornos positivos no rendimento fixo”.

Diferentes classes de ativos, diferentes níveis de dinâmica

Para o gestor, a baixa volatilidade que se verificou em 2021 “não justificou uma gestão muito dinâmica da alocação de ações” e mantiveram a sobreponderação durante todo o ano. Contudo, indica, foram “mais ativos na seleção, com apostas localizadas em estilos, como o value, e setores, como as financeiras”. 

Nos segmentos de rendimento fixo, o dinamismo foi mais intenso “dada a amplitude de movimentos registados ao longo do ano”, o que se pautou por uma “preocupação tática de gerir a duração”, como resposta a esses movimentos. “Também nas mercadorias estivemos taticamente ativos nas apostas em petróleo e metais preciosos, procurando tirar partido das fortes oscilações no preço destes ativos”, explica o gestor da IMGA.

De olhos no futuro

“Entramos em 2022 em modo um pouco mais defensivo nos ativos de risco superior”, conta Fernando Nascimento. Segundo indica, foi reduzida a exposição a ações, assim como a dívida high yield e mercadorias. “Antecipamos para 2022 um acréscimo significativo da volatilidade e estamos preparados para um incremento de decisões táticas no fundo. O aumento de duração nas nossas carteiras tem acompanhado a subida de taxas de juro, um movimento que achamos longe de estar esgotado”, explica.

“Ainda assim, o nosso cenário central para 2022 não deixa de ser otimista”, indica. “Esperamos, e desejamos, que a pandemia termine, que as economias reabram totalmente e os resultados das empresas possam continuar a ser o grande suporte para a evolução dos mercados acionistas, embora o potencial de subida seja bem menos atrativo do que aconteceu em 2021”, explica o gestor. 

No entanto, para Fernando Nascimento “este cenário não é desprovido de riscos”, apresentando-se a inflação e a resposta da política monetária, como os dois principais. “A subida de taxas de juro penaliza setores como o tecnológico, que foram pilares da extraordinária valorização dos índices para máximos históricos e a qualquer aceleração da retirada dos programas de compras irá impactar negativamente os ativos de risco superior, tal como fez no passado”, explica.

Fernando Nascimento vê outros temas também a pairar sobre os mercados. Possíveis “aumentos dos impostos para financiar novos programas de investimento nos EUA, a “pressão regulatória das autoridades chinesas, o regresso da guerra comercial e as tensões geopolíticas nos países do leste europeu” são outros temas que a equipa de gestão vai acompanhar de perto.