O trilho de regresso aos emergentes

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Flávio Cruvinel Brandão, Flickr, Creative Commons

Apesar de muitas carteiras continuarem a subponderar ações de mercados emergentes, o positivismo dos investidores começa a aumentar relativamente a esta região, muito por causa da melhoria dos fundamentais. Stephen Cohen, Chief Investment Strategist na iShares EMEA, acredita que mercado de ações dos emergentes tem potencial para ir mais longe.

“Desde meados de março, os mercados emergentes superaram os mercados desenvolvidos , com o MSCI Em a subir 15%, o China H Shares 24% e o China A Shares 13%. Apesar destes ganhos, achamos que mais estará por vir ao nível da negociação nos mercados emergentes”, aponta o especialista, que dá o exemplo da China como o principal líder na melhoria dos seus fundamentais.

China: quão positivos?

Também crente no percurso promissor que a China pode vir a traçar está a Pioneer Investments. Num documento intitulado de “Porque acreditamos que a China está no caminho certo”, a gestora baseia a sua visão construtiva relativamente ao país em três factores. O primeiro tópico indicado é a “manutenção do reequilíbrio para um melhor crescimento”. Da gestora escrevem que um dos grandes riscos para que se mantenha o atual caminho de crescimento tem a ver com o abrandamento do mercado imobiliário”. Ainda assim no relatório são indicadas razões que, nesta área, sustentam uma correção que se vai conseguir gerir”. Referem que “as quedas de preços estão maioritariamente concentradas em certas áreas”, mas também que “o processo de urbanização conjuntamente com o crescimento sólido dos retornos das famílias podem prevenir um colapso mais alargado do mercado imobiliário”.

O segundo tópico enunciado é a “desaceleração da alavancagem”. Da Pioneer lembram que uma das mais importantes transformações que têm sido levadas a cabo pelos governantes chineses é a “estabilização dos fluxos de crédito, que vão do sector financeiro para a economia real”.  O terceiro e último ponto prende-se com o “progresso nas reformas”. Salientam que a implementação da agenda das reformas, especialmente na área das finanças e da fiscalidade, tem tido progressos assinaláveis. “Os passos dados em direção à liberalização financeira têm sido significativos”, justificam.

O valor das obrigações asiáticas

Ainda na esfera dos emergentes, mas mais concretamente ao nível das obrigações asiáticas, o positivismo chega da britânica Schroders. Na perspetiva de Rajeev De Mello, responsável pela área de obrigações asiáticas da gestora, neste universo de investimento destaca-se a “diversidade que o mercado de obrigações asiáticas oferece”. Mas, no entanto, há um aviso a reter: os investidores devem ser seletivos.

Ao nível desta diversidade a que o especialista faz alusão, ele sublinha o diferente rumo que as políticas monetárias dos países asiáticos têm tomado. Exemplifica dizendo que “chegámos a um ponto em que se está a favorecer os cortes das taxas de juro em algumas zonas da Ásia, onde podemos encontrar valor”.

Em conclusão, o especialista refere que a visão da equipa em geral é que se está a assistir a uma recuperação do mercado de obrigações asiáticas, que seria especialmente favorecida por uma recuperação mais sustentável nos EUA, dado o grande grau de exposição que a Ásia tem aos mercados globais”, conclui.