OICVM e FIA: os últimos onze meses

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Amidee, Flickr, Creative Commons

O ano de 2015 tem sido de 'sentimento misto' para os Organismos de Investimento Colectivo em Valores Mobiliários (OICVM) e para os Fundos de Investimento alternativos (FIA). De acordo com o Regulador, o valor sob gestão destes dois “atores” do mercado da gestão de ativos sofreu um incremento superior a 1% desde do final do ano passado até ao último dia de novembro. Em termos monetários, esse crescimento foi de 126 milhões para um total de 11.714 milhões de euros no montante gerido por ambos os grupos. Se analisarmos o número de fundos existentes, verificamos que a “estabilidade” no valor sob gestão não foi acompanhada nesta rubrica, já que no espaço de onze meses o mercado encolheu de 211 para 191 produtos financeiros.

Investimento em Portugal mais longe da liderança

Passando a lupa pelos investimentos realizados em Valores Mobiliários Cotados, verifica-se que as aplicações em Portugal perderam fulgor durante o período em questão. No final de 2014 o investimento em ativos nacionais somava mais de 873 milhões, valor que se reduziu para pouco mais de 494 milhões de euros no final do mês passado. Em termos percentuais esta queda foi de 43%.

O investimento no Luxemburgo continua a ser o predileto, embora também tenha registado uma ligeira descida ao longo dos onze meses de 2015. No final do ano passado esse valor era de 985 milhões, ao passo que no final do mês de novembro totalizava pouco mais de 800 milhões de euros, o que se cifra numa quebra de 18%.

Já o maior aumento percentual foi registado no mercado norte-americano. No período analisado a subida de investimento foi de quase 32% para mais de 378 milhões de euros, sendo seguido do investimento na Alemanha, 

que sofreu um incremento de 29% para 581 milhões de euros.

O ano da Sonae SGPS

Ao olhar para o investimento preferido dos OICVM nas cotadas nacionais no final de 2014 e no último dia de novembro encontramos uma grande semelhança: o facto da Sonae SGPS ser a cotada preferida em ambos os meses, embora não tenha acontecido em todos os onze meses de 2015 (como foi o caso do mês de julho ou de junho).

O investimento em ações nacionais atingiu os 223,5 milhões de euros no final de novembro, menos 3% do que no final do ano passado.

Fora do mercado nacional a situação é diferente. No mercado da União Europeia a Siemens é agora a preferida tendo ultrapassado a Total Efina no final do ano passado. Também o valor investido cresceu, passando de 483 para quase 505 milhões de euros.

Relativamente ao mercado fora da União Europeia, o valor total do investimento também aumentou, passando de 433 para 480 milhões de euros. Ainda assim, a cotada preferida manteve-se a mesma, no caso o gigante tecnológico norte-americano Apple.