Oito gráficos para entender o rally dos mercados emergentes

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LendingMemo, Flickr, Creative Commons

Guerras comerciais? Robustez do dólar? O fim do grande programa de estímulos da China? Subidas das taxas de juro nos Estados Unidos? Os mercados emergentes enfrentam um futuro incerto, mas não têm deixado de ganhar terreno. Porquê? O Capital Group explica em oito gráficos os fatores que ilustram as mudanças destes mercados e os aspetos que poderiam ajudar este universo a gerar subidas adicionais.

1. Os mercados emergentes lideram o rally global

Recorda-se de quão mal começaram os mercados globais em 2016? Grande parte disso deveu-se à depreciação do yuan e à desaceleração da economia chinesa. Depois de uma onda febril de vendas que durou várias semanas, os mercados emergentes têm liderado e superado amplamente os ganhos registados no mundo desenvolvido. O Brasil e a Rússia têm sido os maiores beneficiários no universo emergente. Quais têm sido os motores deste rally na bolsa? Um deles é o programa de estímulo realizado na China, que tem sustentado os preços das matérias-primas e dado impulso à economia chinesa. Além disso, o setor tecnológico também está a ser um cenário de forte crescimento.

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2. Os produtores de matérias-primas e as empresas tecnológicas defendem a recuperação

Alguns dos maiores ganhos vieram de empresas de tecnologia asiáticas, produtores de matérias primas e bancos. A este respeito, vale a pena destacar o setor de Internet chinês, que tem um papel chave em transformar o país numa economia baseada em serviços. No ano passado, a Tencent e a Alibaba superaram empresas estatais chinesas em valor de mercado, reflexo do impacto do comércio móvel na segunda maior economia do mundo.

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3. Qual será o seguinte passo? Um maior crescimento dos lucros

Os lucros das empresas estão a aumentar. No passado, isso resultou em ganhos de valorização e dividendos. As empresas de mercados emergentes têm gerado o seu maior nível de crescimento anual dos lucros desde 2010. Como um todo, estima-se que os lucros cresceram 17% em 2017, liderados pelos setores tecnológico e industrial: prevê-se que ambos subam mais de 30%, com base em estimativas de consenso elaboradas pela FacSet.

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4. Os países BRIC voltam à carga

Como está a saúde dos países BRIC que impulsionaram os mercados na última década? Cada ano enfrenta os seus próprios obstáculos, sendo que a sua força é discutível. O Brasil atravessa uma crise política, uma crise que ocorreu justamente quando o país mostrava sinais de recuperação após a pior recessão desde 1930. Ainda assim, a sua economia oferece oportunidades e acreditamos que podem manter-se interessantes apesar do panorama político. Os preços das matérias-primas estão estáveis embora os dados económicos da China tenham surpreendido positivamente. Na Rússia prevê-se que a economia volte a crescer este ano, mas o principal produtor de petróleo do mundo continua submetido a sanções de comércio internacional e é objeto de escrutínio pelas suas relações com membros da administração de Trump.

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5. Descontos na secção de emergentes

Os mercados emergentes apresentam valorizações que parecem atrativas, inclusive em termos históricos. O índice MSCI Emerging Markets Investable Markets cota um PER 12,2 vezes o lucro previsto para os próximos 12 meses. O MSCI World Index ex USA apresenta um PER estimado de 14,9 e o MSCI USA de 18. “Está claro que nenhum país ou empresa emergente é uma pechincha, desta forma, o comprador deve ter cuidado e adotar uma abordagem seletiva" indicam a partir do Capital Group.

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6. Espaço para ganhar

Quão forte tem sido a recuperação? Segundo o Capital Group, o rally dos mercados emergentes poderá não ter ainda chegado ao fim, já que vários países deste universo estão muito longe dos máximos alcançados nos últimos cinco anos. O Brasil cota 43% abaixo do pico alcançado em março de 2012, enquanto a Rússia está 33% abaixo do máximo que registou nesse mesmo mês. As ações chinesas registaram um máximo em abril de 2015, e atualmente cotam 12% abaixo deste valor.

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7. Loucos pelos metais

Passemos agora às matérias primas que se consideram indicadores adiantados do crescimento global. O minério de ferro, o cobre e o alumínio protagonizaram subidas desde 2016, ainda que recentemente tenham sofrido. O considerável programa de estímulo implementado pela China foi um importante motor de subida das matérias primas, mas que factores deverão continuar a suportar os seus preços? O Capital Group indentifica dois, a crescente inflação nos EUA, Ásia e Europa e a possibilidade de que os governos norte-americanos e de outros países também lancem programas significativos de investimento em infra-estruturas. “Isto poderá favorecer os países ricos em matérias-primas assim como os preços no produtor da indústria do metal”.

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8. Auge tecnológico nos mercados emergentes

Nos mercados emergentes também se deu uma revolução tecnológica. “As maiores empresas por valor de mercado passaram a ser empresas de tecnologia de informação e relacionadas com o consumo, que afastaram as gigantes estatais da indústria de energia, materiais e serviços de telecomunicações”.

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