Apesar dos primeiros fundos de investimentos terem sido criados ao final da década de 1960, foram nestes 20 anos recentes que esta indústria saiu de quase nada para o equivalente a mais de mil bilhões de dólares. Hoje esta indústria é extremamente bem organizada e regulada pela CVM local. Os avanços nos trabalhos entre as entidades de classe e os órgãos reguladores locais, além da agenda prospectiva que mantém, são animadoras quando olhamos o presente e o futuro.
Costumo dizer em apresentações que viver a história é muito diferente daquela que meus netos e bisnetos estudarão no futuro. A passagem da abertura dos portos por Dom João no Brasil em 1808 à independência deste país por Dom Pedro em 1822 foram “apenas” 16 anos.
Até a proclamação da República em 1889, foram mais 67 anos. Para nós que estudamos na escola, podemos revisar tudo isso em apenas 1 hora.
Os brasileiros experimentam, hoje, um período extremamente relevante de expansão da classe média de renda, que ao longo dos últimos 35 anos vinha e ainda vem, sofrendo imenso déficit de consumo e qualidade de vida, que no entanto evolui na alternância entre velocidade e perenidade. É fácil olhar para o passado recente e analisar a evolução desta nação que tem 200 milhões de habitantes: as pessoas querem emprego, carro, casa, televisor de tela plana, geladeira, freezer, aparelho de dvd, fogão de cozinha, plano de assistência médica, educação. Nesta, mas não necessariamente nesta ordem – ela muda conforme a instrução de quem se solidificou ou ascendeu à classe média de renda.
É bastante razoável imaginar que os próximos passos nestas conquistas do povo seja desejo de poupança, via planos de previdência privada ou própria e seguros. O que temos hoje já é grande, mas tende a aumentar expressivamente.
O outro lado da moeda é lembrar sempre que o crescimento é bom, mas provoca dores - o Brasil passou duas décadas com juros reais estratosféricos, ainda que necessários, e a mudança para juros mais condizentes com o padrão mundial certamente não agrada a todos, gerando discussão. Se trouxermos para o padrão econômico, é uma “guerra” entre os desenvolvimentistas e os monetaristas.