Perspetivas do Bankinter: A economia americana é superior à europeia

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A economia americana é superior à europeia, neste momento. Quem o conclui é a equipa de Research do Bankinter no seu relatório acerca das suas perspetivas para o terceiro trimestre do ano.

Tendo sido um ano com bastantes oscilações nos mercados financeiros, é possível observar um afastamento nas economias americana e europeia. A equipa do Bankinter revê em baixa a sua estimativa de crescimento do PIB da Zona Euro para +2,1% desde+2,5%. Relativamente aos EUA, "a reforma fiscal e outros fatores, poderá elevar o PIB do segundo trimestre para o intervalo +4%/5%". Assim, concluem que a estimativa de crescimento do PIB americano é de de 2,6% para 2,9%, devido ao "período de pleno emprego, conferindo ainda mais fiabilidade a esta alteração nas nossas estimativas". Manifestam, portanto, a sua preferência pela bolsa americana, "devido à aceleração da sua economia e a desaceleração da economia europeia, que irá ser influenciada pelas complicações políticas".

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Seguidamente, a equipa menciona alguns riscos a ter em conta pelos investidores, sendo o principal o protecionismo, que ganhou ainda mais importância neste segundo semestre, segundo a equipa da casa gestora. Esta acredita que “que não se vai limitar a incidir sobre 50.000M$/ano de transações comerciais entre os Estados Unidos e a China, mas sim que este número vai aumentar, e o mercado ainda não está a descontar esta alteração de escala”. No entanto, a equipa mostra-se esperançosa, uma vez que acreditam que esta vaga de protecionismo não será a nível global, mas sim apenas entre os EUA e a China. “Acreditamos que a China é o país no qual a Administração Trump pretende concentrar o aumento das taxas às importações, simplesmente porque este concentra 60% do seu défice comercial, cerca de 370.000M$/ano.”

Não obstante, a equipa ainda revela outros dois riscos a ter em conta: a política na Europa e o preço do petróleo. É sabido que no final de junho, tudo indicava que o mercado iria normalizar. No entanto, a situação complicou-se. “A estabilidade do governo alemão foi posta em causa e, ao mesmo tempo, surgiram dúvidas sobre a decisão de um possível aumento da produção da OPEP na reunião de 22 de junho, facto que já se encontrava descontado como certo”.

Relativamente ao caso da Alemanha, o governo de coligação CDU/CSU/SPD esteve em risco “após Horst Seehofer, o líder da CSU e atual Ministro do Interior, ter dado uma espécie de ultimato a Merkel (CDU) para definir um procedimento para o regresso dos imigrantes em situação irregular”. No entanto, acabaram por chegar a “um princípio de acordo, acordo, o que devolve, para já, alguma estabilidade à coligação governamental alemã”.

Já acerca do caso do petróleo, o aumento do preço originou uma subida da inflação global “e esta mudança de perspetiva sobre os preços transformou-se num fator de instabilidade, tanto devido à sua influência sobre a tomada de decisões dos bancos centrais, como pela sua influência (em baixa) sobre as expetativas de crescimento (PIB)”. Face a este cenário, a Arábia Saudita e a Rússia chegaram a um acordo, para decidir um aumento da produção, contribuindo “para a redução do preço do petróleo e, como consequência, para a redução da incerteza no mercado”. No entanto, a análise revela, ainda, que a Venezuela, o Irão e o Iraque manifestaram publicamente a sua posição contrária ao aumento da produção, o que veio pôr em causa a descida do preço do petróleo durante o verão”.