Quo vadis, Europa?

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Ewan-M, Flickr, Creative Commons

Europe 2.0: navigating the new reality”. Este foi o mote da última apresentação da J.P. Morgan Asset Management realizada em Lisboa, dia 24 de janeiro. Numa perspetiva de que o consenso em relação à Europa é já um “dado adquirido”, a gestora apresentou algumas perspetivas sobre como é que este contexto ganha forma na realidade dos investimentos. Andrew Goldberg, Karsten Stroh e Jim Campbell foram os oradores de “serviço”, que transmitiram ideias macroeconómicas, focando também os produtos da gestora norte-americana.

Global Market Strategist e responsável pela publicação Market Insights, Andrew Goldberg, começou por apresentar o outlook da casa  para o primeiro trimestre. “Esta é uma das minhas “histórias” preferidas em termos de investimentos”, assim iniciou o especialista a apresentação, mostrando que quando todos os mercados sobem, a economia fica mais saudável. “É a primeira vez em que estou numa apresentação, onde refiro que há crescimento em muitos países: o Japão e os EUA estão a crescer, a Europa está recuperar, e a China está rebalancear-se”.

Consumo: motor da economia americana

Muito otimista em relação à economia norte-americana, Andrew Goldberg, frisou que a recuperação do país se faz muito à custa dos consumidores. Dando como exemplo os preços das casas, referiu que “quando estes sobem os consumidores americanos ficam mais contentes”. Ainda assim, também ao nível das outras economias mundiais, o especialista acredita que serão ajudadas pela redução de estímulos por parte da Fed.

Num contexto de taxas de juro baixas (Europa e EUA em mínimos), a correlação nos últimos anos, entre as taxas de juro e os retornos nos mercados, demonstra que os próximos tempos serão otimistas para os investidores. “O tapering não está a “asfixiar” as economias. Se as taxas de juro estão muito, muito baixas então os retornos nos mercados financeiros crescem. Quando as taxas de juro voltarem a crescer é sinal de que a economia também está a crescer, o que será bom para as empresas”, apontou.

Europa: mar de oportunidades

Voltando-se para a Europa, o especialista afirma que o velho continente “está a recuperar lentamente”. No entanto, Andrew Goldberg avisa que “o BCE tem de fazer mais”, nomeadamente em relação à sua política monetária. “A procura de financiamento continua a contrair, embora tenha havido um ligeiro crescimento nos últimos meses”.

Karsten Stroth, client portfolio manager da equipa de ações europeias, iniciou  a sua apresentação lembrando que “crise é sempre sinónimo de oportunidade”. Desta feita, o especialista demonstrou que “a correlação entre os constituintes do MSCI Europe vai continuar a baixar”. Nesta ótica, o especialista afirma ser natural não escolher nem sectores, nem países, mas sim escolher empresas, seguindo os seus fundamentais, entre outros. “Não se trata de uma escolha de países, mas sim de oportunidades”, conclui.

O client portfolio manager do fundo JPMF Europe Equity Plus mostrou que o produto foi “o único no universo europeu a estar no primeiro decil nos últimos 5 anos”. Para Karsten Stroth, o fundo que tem mais de 1,5 mil milhões de euros sob gestão, é um produto que “funciona tanto nas subidas como nas descidas do mercado”, tendo uma performance que é “consistente entre países e sectores”.

Small caps: na proa da Europa

Jim Campbell, senior portfolio manager da equipa de fundos small caps da entidade, mostrou a oportunidade que se verifica  atualmente ao nível das empresas europeias mais pequenas. As small caps têm apresentado valores acima da média na Europa com baixo risco, e com um forte crescimento, demonstrou o especialista, acrescentando ainda que “as empresas mais pequenas têm conseguido um melhor risco-retorno ao longo dos anos”.