Um bom ano para dólar, não tão bom para o euro

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pen3ya, Flickr, Creative Commons

“2014 vai ser um ano diferente de 2013, já que a Zona Euro está a sair de uma recessão e os EUA vão pôr em marcha o fim gradual do programa Quantitative Easing”. Assim começa o documento da Amundi, intitulado de “Special Issue 2014”, que revela entre outras perspetivas, algumas das suas visões em termos de classes de ativos.

Não saindo da quase unânime opinião de que 2014 reservará bons meses para as ações, a Amundi revela que está positiva em relação a esta classe de ativos. “O contexto continua favorável para as ações. Ainda que fraco, mas a melhorar, estará o crescimento global e a liquidez, mesmo com a Fed a reduzir o Quantitative Easing”, pode ler-se. Embora com uma performance abaixo da registada em 2013, a entidade acredita que as ações vão superar os investimentos feitos em obrigações. “A correlação entre as yields das obrigações e os índices acionistas é improvável que se inverta antes das yields do tesouro americano alcançarem os  3,5%, que esperamos que aconteça dentro de um ano”.

2014: bom para o mercado de crédito europeu

No que diz respeito ao mercado de obrigações em 2014, a entidade acredita que “com a aceleração do crescimento e a redução das compras de ativos por parte da Fed, as taxas de juro de longo prazo irão continuar a subir no mundo desenvolvido."

Com excelentes performances em 2013, os mercados de crédito foram sustentados pela procura de retornos. E em 2014, o que se pode esperar? “As condições na zona euro continuam favoráveis aos mercados de crédito”, refere a Amundi, que justifica esta posição com o facto de no velho continente continuarem a existir perspectivas de crescimento relativamente fracas, estratégias de investimento empresarial prudentes, e uma política monetária acomodatícia.

O ano do dólar vs euro inflacionado

Com um grande positivismo em relação aos EUA e ao dólar,  a Amundi revela que  “com o tapering da Fed, 2014 está a preparar-se para ser um ano positivo para o dólar, que continuará o seu crescimento contra as moedas de países desenvolvidos”.  Em relação ao euro, a gestora considera que no curto prazo  a moeda não se sairá tão bem. “O euro vai continuar a sofrer pressões inflacionistas”, dizem no documento, acrescentando que a moeda europeia está atualmente sobrevalorizada.

Finalmente, também os emergentes são referidos. “O ano passado terminou com performances mistas nos mercados emergentes”, lembra a Amundi, que antecipa um cenário pior para 2014.  “As principais moedas registaram um declínio de uma média de 8,5% contra o dólar”, dizem, relembrando que “as obrigações soberanas tiveram performances medíocres”.

“Cepticismo” – esta é a palavra utilizada pela Amundi, para caraterizar o sentimento que os emergentes começaram a viver em 2013, e que se tem vindo a prolongar até agora. “Os fluxos nas carteiras continuam a ser negativos, tanto para as obrigações como para as ações”, relembram, justificando também que os fundamentais de economias dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China) mostram sinais de deterioração.