Uma grande oportunidade nas empresas de pequena dimensão

É consensual a necessidade de cautela na escolha do segmento acionista que se deseja investir. Apesar de o outlook para a componente acionista ser carregado de incertezas, existem oportunidades no investimento em ações. Mais importante hoje do que tem sido na última década, a escolha de setor ou tipo de empresa onde se aspira investir dentro desta classe pode revelar-se decisiva nos retornos apresentados pelos diferentes portefólios. Aqui entram as empresas de pequena dimensão europeias.

Volatilidade e Rácio de Sharpe das empresas europeias de pequena dimensão

Fonte: Documento informativo partilhado pela abrdn.

Ao longo dos últimos 20 anos, esta categoria tem apresentado uma volatilidade superior ao índice europeu de referência. No entanto, esta volatilidade acrescida é tipicamente acompanhada por maior retorno por unidade de risco (como podemos observar no gráfico da direita).

Adicionalmente, as empresas de pequena dimensão tendem a obter mais retorno do que as restantes em períodos de inflação elevada. Em média, em períodos seguintes a subidas superiores a 100 pontos base das taxas de juro de referência americanas, as empresas de pequena dimensão apresentam retornos absolutos de mais de 2,5% acima das suas congéneres de grande capitalização. Apenas para valores de inflação entre os 0% e os 2% não é tão evidente a outperformance quando comparado com as empresas de grande dimensão.

Estas empresas trazem ainda outra vantagem para os portefólios. As empresas de menor capitalização bolsista tendem a obter melhor performance do que as empresas de grande capitalização em momentos de recuperação económica. Nas últimas seis recessões, o desempenho relativo das empresas de menor dimensão foi, em média, até 20% superior nos primeiros 42 meses após o início da recessão económico.

Álvaro Antón Luna, responsável da abrdn para a Península Ibérica, resumiu as vantagens elencadas da seguinte forma: “Muitos investidores podem pensar que em momentos de inflação e recessão é melhor investir noutro tipo de empresa, mas, historicamente, as empresas mais pequenas obtiveram melhores resultados em momentos de subidas de preços e, além disso, costumam começar a comportar-se melhor antes da recuperação económica".

Porquê investir ativamente?

O fundamental está traçado. Resta perceber de que forma se pretende obter exposição a este segmento da classe acionista. 

Devido às suas características, o stock picking neste tipo de indústria revela-se uma ferramenta muito importante. Por norma, empresas de dimensão inferior não disponibilizam tanta informação e de forma tão generalizada. Os gestores do fundo Aberdeen Standard SICAV II - European Smaller Companies Fund, da abrdn, visam acompanhar o universo alargado de empresas de pequena dimensão e perceber onde estão as melhores oportunidades de investimento.

O responsável da abrdn para a Península Ibérica descreve o fundo como “uma estratégia unconstrained que conta com uma carteira concentrada e com uma filosofia que combina qualidade, crescimento e um elevado perfil ESG”. Os analistas da abrdn procuram aproveitar ineficiências de mercado enquanto exploram as oportunidades ESG ainda por explorar neste tipo de empresas. Para tal, a abrdn conta com uma “equipa de small caps de 24h,  uma vez que gerem estratégias que passam por todos os fusos horários do planeta”. O fundo conta com Rating FundsPeople 2022.

Por fim, destaca-se a forma como a equipa vê oportunidades onde os restantes veem riscos. Referimo-nos, mais concretamente, ao ESG. Por exemplo, o investidor comum vê como risco a falta de informação ESG nas empresas de pequena dimensão, enquanto a abrdn vê como uma oportunidade de conduzir estudos e identificar oportunidades de investimento dentro desta temática. Esta é apenas uma das várias formas que a equipa de gestão do European Smaller Companies visa tirar partido desta temática, produzindo retorno para os investidores e contribuindo para tornar as empresas de menor dimensão num universo mais sustentável.