Crédito, investment grade e uma duração média de dois anos. Para Pierre Boyer, responsável de Money Market e Short Term Debt da Candriam e co-gestor deste fundo, este é o ponto ideal do segmento neste momento.
Com um foco na proteção contra quedas e na volatilidade, o Candriam Bonds Euro Short Term posicionou-se como um dos fundos de dívida de curto prazo em euros de referência no mercado ibérico. “Não tentamos perseguir o último ponto base apenas para obter um pequeno ganho de rentabilidade. Isso reflete-se na carteira, não assumiremos mais risco de crédito do que o necessário”, afirma Pierre Boyer, responsável por Money Market e Short Term Debt da Candriam e co-gestor da estratégia.
Historicamente, e especialmente no atual contexto de mercado, o fundo compõe a sua carteira principalmente com dívida corporativa. No início de 2025, o crédito representava 70% do fundo. Dessa percentagem, a maior parte era composta por invesment grade. A razão: a solidez dos fundamentais das empresas europeias. Assim, apesar do estreitamento dos spreads no último ano, Boyer e a sua equipa acreditam que ainda há potencial para uma maior compressão.
No que diz respeito à duração, o ponto ideal atualmente situa-se nos dois anos, comenta Boyer. Isso significa que estão ligeiramente sobreponderados em duração como resposta às descidas de taxas de juro que esperam. “A duração não é um tema fácil neste momento. A política monetária não está completamente clara. De momento, estimamos cerca de três cortes de taxas na Europa para 2025, mas o cenário pode mudar”, reconhece.
Fatores técnicos positivos no crédito
Os fatores técnicos no crédito, explica o gestor, sustentam essa visão otimista. Vemos isso, por exemplo, na evolução dos ratings, ou seja, nas melhorias e cortes nas classificações de crédito. Em 2024, 17 emissores tiveram uma melhoria no rating, enquanto apenas nove sofreram uma revisão em baixa. Esta é uma questão muito acompanhada pelos 14 analistas de rendimento fixo que apoiam a equipa de gestão do Candriam Bonds Euro Short Term, que procuram evitar a exposição a fallen angels e identificar potenciais rising stars.
O equilíbrio entre oferta e procura também é mais favorável no crédito em euros do que no segmento de dívida soberana. A emissão de crédito manteve-se estável, mas o apetite por obrigações corporativas tem sido elevado, o que explica, por sua vez, a compressão dos spreads. O cenário oposto verifica-se na nas obrigações soberanas europeias. “A previsão é que os governos europeus emitam volumes significativos em 2025, mas há menos interesse devido à incerteza política em regiões como França e Alemanha. Além disso, as obrigações soberanas já não contam com o apoio do seu principal comprador, o Banco Central Europeu”, aponta Boyer. E essa é uma preocupação partilhada pelo próprio BCE, que reduziu as suas previsões de crescimento para 2025 e 2026.
Apetite pelo Candriam Bonds Floating Rate Notes
A filial ibérica da Candriam também registou um interesse significativo dos investidores pelo Candriam Bonds Floating Rate Notes, um nível acima dos fundos monetários em termos de risco, mas abaixo do Euro Short Term. Segundo Boyer, os investidores consideram as obrigações de taxa flutuante uma boa opção para aumentar o risco da carteira sem passar diretamente para a dívida de curto prazo.
Embora a visão de mercado do Candriam Bonds Floating Rate Notes seja idêntica à do Euro Short Term, o fundo tem historicamente demonstrado menor volatilidade. O objetivo de volatilidade situa-se entre 0 e 50 pontos base e, mesmo em anos como 2020 (Covid) e 2022, manteve-se contida em 0,79% e 0,67%, respetivamente. Isso deve-se à natureza mais conservadora desta classe de ativos. “As floating rate notes geralmente apresentam menor volatilidade, pois não têm risco de taxa de juro”, explica Boyer.