Update do DPAM B NewGems Sustainable: principais ideias para 2024

Tom Demaecker. DPAM
Tom Demaecker. Créditos: (DPAM)

A inovação impulsiona a rentabilidade. É com essa ideia que Tom Demaecker, gestor na DPAM, começa a sua revisão do posicionamento e das perspetivas do DPAM B Equities NewGems Sustainable.

Segundo explica o gestor, esse impulso da inovação nem sempre foi tão considerável, mas, nos últimos dez anos, as empresas mais inovadoras obtiveram uma vantagem de quase seis pontos de rentabilidade por ano em comparação com as menos inovadoras. E a tendência acelera, como aponta Demaecker, se tivermos em conta os prazos de tempo em que certas aplicações alcançaram os 100 milhões de utilizadores. O ChatGPT conseguiu-o em apenas dois meses, face aos nove do TikTok e aos 30 do Instagram.

Caraterísticas do fundo

NewGems é o acrónimo das temáticas de investimento em que o fundo se centra: nanotecnologia, ecologia, wellness, Geração Z, e-society (a que, atualmente, mais pesa, com 19%), Indústria 4.0 e segurança. A sua abordagem é barbell, focando-se em empresas que podem ser futuras vencedoras ou que já o são.

Há três caraterísticas que definem o fundo. A primeira é a importância do modelo de negócio, com especial atenção para as vantagens competitivas e para o ecossistema. A segunda é a disciplina com a valorização e geração de fluxos de caixa. Por último, na construção da carteira, que pode ser composta por entre 40 a 80 títulos, há uma alocação muito flexível entre os temas.

Revisão de 2023 e temas para 2024

No ano passado, as empresas que mais contribuíram para o comportamento do fundo foram os semicondutores, as big tech, a nuvem e a cibersegurança. As que menos contribuíram foram as pequenas e médias empresas, as de equipamento para a biotecnologia e as de pagamentos.

Os setores que mais pesam na carteira são os de informação e tecnologia (40%) e da saúde (20%). Demaecker é claro: “Se não se estiver exposto a IT, não se cresce”. Dentro deste segmento, destaca as oportunidades que há na nuvem, o que poderão acelerar o crescimento da Microsoft, Google e Amazon. A IA vai ajudar no aumento da atividade na nuvem, “visto que é muito dependente de servidores de armazenamento de dados próprios”, aponta. O gestor destaca que, no investimento em IT, há múltiplas camadas com dinâmicas muito distintas. Só em relação à IA, existe um ecossistema composto pelos semicondutores, por dados, pelas infraestruturas, pela conceção de modelos ou pelo software.

Em relação à saúde, Demaecker sublinha também o papel fundamental da inovação em temas como os serviços de saúde, os diagnósticos, o desenvolvimento de novos medicamentos e o equipamento médico, como os robots cirúrgicos.

Os números das empresas

O gestor destaca que as empresas da carteira registaram um aumento das suas vendas de 10% e dos seus lucros de 22%. O ROE é de 25%, face aos 14% do MSCI World.

No total das carteiras, o grupo das Sete Magníficas representa quase 20%, em linha com o índice de referência, mas nelas não se incluem todas, visto que, atualmente, não investem na Tesla, Meta ou Apple.