Uma visão da equipa de Cross Asset Research do BESI, com as mais atuais considerações relativamente às preferências tanto na Europa como nos mercados emergentes.
Numa atualização das perspetivas referentes ao mercado de ações tanto ao nível da Europa como nos mercados emergentes globais, as informações dadas a conhecer pela equipa de Cross Asset Research do BESI demonstram pelo menos duas conclusões muito concretas. Por um lado, entendem que os ‘earnings momentum’ na Europa não acompanham, ainda, o ‘re-rating’ das ações; por outro, acreditam que as ações asiáticas continuam a ser a forma mais fiável de investir nos mercados emergentes globais, considerando os ganhos potenciais.
Precisamente acerca da visão que traçam sobre as ações europeias escrevem que “o prémio histórico dos Price/Earnings continua a aumentar na Europa especialmente quando comparado com outros mercados desenvolvidos como os EUA ou o Japão. Isto torna-se ainda mais relevante porque os earnings momentum da Europa são piores relativamente aos mesmos pares”. Neste sentido, a equipa do BESI mantém a sua preferência por ações norte-americanas em detrimento das europeias.
Na lista de países que começaram o ano com mais “pujança” na Europa, do BESI indicam nomes como a Alemanha ou a França, enquanto ao nível sectorial os resistentes foram os sectores ligados ao consumo. Já as “estrelas” que brilharam durante o no ano passado, ou seja, as empresas do sector energético, as Telecoms, ou as utilities, “puseram o pé” em 2015 com piores performances. José Martins Soares e Sandra Utsumi, analistas responsáveis pelo relatório, apontam a Irlanda, a Dinamarca, a Suíça, a Holanda e a Bélgica, como países favoritos neste cenário, enquanto que dos menos apreciados fazem parte o Reino Unido, a França, a Noruega e Portugal.
Consumo discricionário e IT: sectores preferidos na Europa
Neste mesmo relatório com considerações da equipa de Cross Asset Research é feita uma ressalva sobre uma particularidade denotada. “Os mercados europeus tendem a mover-se mais por via dos sectores do que pelos países”, indicam, deixando por isso as preferências da casa ao nível sectorial. Os sectores preferidos são IT, Financials, Consumer Discretionary e Healthcare. Explicam, por exemplo, que “o consumo discricionário, que lidera em termos de resultados desde o início do ano, continua a ser um dos nossos favoritos”. Relativamente ao sector de IT referem que “apesar das quedas continua a parecer o mais resiliente”.
Ásia prossegue como região de eleição dentro do universo dos Emergentes
No que diz respeito à atualização de perspetivas para os mercados emergentes globais, as considerações dos profissionais dão conta de um “mau” momento, em geral para as ações da região. A Ásia continua a ser neste contexto a zona preferida: “Os lucros asiáticos mantêm-se como os mais resilientes”, apontam. Mostram maior interesse pelas empresas financeiras, as industriais, as da área da saúde ou ainda as utilities asiáticas.
“Em geral o MSCI Emerging Markets tem tido uma performance similar ao dos Mercados Desenvolvidos em dólares, embora as regiões que o compõe tenham demonstrado performances distintas, com a Ásia a crescer 4%, enquanto LatAm cai 9%”, referem. Os países chave apontados pelas conclusões da equipa são portanto a China, a Índia, Taiwan, e ainda as Filipinas.
Denote-se também que pela primeira vez a equipa de Cross Asset Research inclui neste relatório uma lista, por região, de onde constam nomes de ações que entendem ser importante “olhar” em 2015, e que são “representativas dos sectores que mais e menos gostamos”.