Ações: o caminho escolhido pelo Optimize Global Flexible para superar o ano de 2021

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Carlos Pinto. Créditos: Vitor Duarte

A flexibilidade é o atributo que define a categoria e o fundo multiativos flexível mais rentável de 2021, o Optimize Global Flexible da Optimize Investment Partners. Sendo um fundo que não é orientado por um benchmark, fica delegada à equipa de gestão “o espectro de investimento de acordo com as perspetivas macro”, de acordo com o gestor, Carlos Pinto, numa alocação que pode oscilar entre 100% em ações e 100% em obrigações. 

Ao longo de 2021, foi mantida uma “exposição substancial ao mercado acionista”, segundo o gestor, quase sempre acima dos 90%, embora em alguns períodos se tenha reduzido até aos 80%. Já no fecho do ano, a balança da alocação mostrava um claro pendor risk on, nos 99%, o que é reflexo da leitura que a equipa de gestão faz da conjuntura atual. “Mantemos uma exposição expressiva às ações, uma vez que a nossa convicção é a de que o mercado acionista continua a apresentar boas oportunidades a longo prazo e é uma alternativa credível para preservar o poder de compra, face ao período inflacionista que estamos a viver”, explica.

Mas a flexibilidade não se limita às duas grandes classes de ativos. O trabalho de gestão é mais minucioso. “Temos a carteira com uma exposição elevada às ações, embora tenhamos vindo a reduzir a exposição ao setor tecnológico e a aumentar no setor industrial para defender as carteiras de um ambiente mais inflacionista”. Segundo Carlos Pinto, pretendem também usufruir de apostas mais táticas ao beta de mercado ao longo do ano, com recurso a contratos de futuros sobre o Nasdaq e Eurostoxx 50 “para reduzir a exposição às ações em períodos que consideremos que venham a registar maior volatilidade”. 

Fontes de performance

Se as ações e alguma aposta mais tática foram, grosso modo, as fontes de rentabilidade do fundo, algumas ações específicas tiveram um papel mais relevante no caminho seguido, como detalha Carlos Pinto. “A DSV, empresa de transportes e logística, foi muito beneficiada pelo tema do aumento do comércio global, assim como a ASML, Nvidia e Broadcom pela elevada procura de chips, placas gráficas e processadores. Destaco também a LVMH pela robustez do setor do luxo”, elenca. 

“Para além de preservarmos o longo prazo, não abdicamos de uma abordagem mais dinâmica, com investimentos mais curtos em algumas empresas, ou seja, tanto podemos estar investidos durante anos como meses, basta que atinjam o valor pretendido”, explica. Nesta componente mais tática, de curto prazo, o gestor destaca como exemplos a Jerónimo Martins, na qual apenas  estiveram investidos seis meses, e a Rovi, “outro exemplo deste dinamismo, quando aproveitámos um início de sessão com uma queda substancial, que no nosso entender era excessiva”. Releva como “muito importante” também a redução da exposição a ações chinesas. 

Em geral, Carlos Pinto descreve o fundo como uma estratégia com uma abordagem top-down “com seleções criteriosas de setores e geografias, que melhor representem as convicções macro conjunturais, conjugado com um horizonte temporal de longo prazo. Entenda-se empresas que proporcionem um crescimento facilmente projetável num horizonte de 5 a 10 anos”. Por outro lado, acrescenta o quanto a gestão “pode tornar-se bastante ativa nos momentos de maior volatilidade no mercado, a fim de não colocar em causa a preservação de capital no longo prazo”. 

Sustentabilidade

Ainda sem uma classificação formal no que diz respeito à sustentabilidade, os fatores ESG não são algo que passa ao lado da análise. “A nossa abordagem passa por investir em empresas cuja atividade represente a nova dinâmica da economia, neste caso, a transição e eficiência energética, sustentabilidade, igualdade de género, são temas incontornáveis. Assumindo esta convicção, incorporamos na carteira do fundo, empresas que melhor representem estas tendências e que se tem traduzido num nível ESG bastante acima da média”, explica.

Já sobre a formalização da integração no artigo 8º e 9.º da SFDR, o gestor explica que se exige “um processo muito burocrático, oneroso e na nossa opinião ainda muito opaco”. Posto isto, prevê que este tema vá “ganhar força e maior adesão, assim que existam critérios uniformes e uma regulação eficaz junto dos principais providers tal como acontece com as principais agências de avaliação de crédito”. “Só assim é possível fornecer uma informação objetiva, acessível a todas as estruturas e, sobretudo, mais transparente do real impacto em termos de ESG”, aponta.