Simon Klein, Head of ETPs para EMEA do DeAWM, explicou à Funds People Portugal, o racional subjacente ao lançamento dos mais recentes ETFs da entidade, reiterando a esperança na economia alemã.
Recentemente lançado, o db x-trackers Mittelstand & MidCap Germany UCITS ETF (DR) confirma a ideia do Deutsche Asset & Wealth Management acerca do valor encontrado no mercado alemão atualmente. À Funds People Portugal, Simon Klein, Diretor de ETPs da DeAWM EMEA e Ásia, comprovou esta ideia, revelando um foco nas pequenas e médias empresas alemãs conhecidas como Mittelstand. “A ideia principal destas empresas é serem negócios familiares, geralmente especializados num produto, que habitualmente é premium e de muita qualidade”, refere, acrescentando que o racional de lançamento deste ETF assenta em “investir nos chamados campeões desconhecidos”. Confiante em relação à performance alemã, Simon Klein julga mesmo que “o made in germany está de volta”.
Impacto da situação nos emergentes
Numa entrevista à Funds People Espanha, em setembro, Simon Klein referia que o uso feito pelos clientes ao nível dos ETFs era muito diversificado. Cinco meses depois, o especialista assinala que “atualmente são cada vez mais os investidores que estão a investir em estratégias passivas”, principalmente ao nível da exposição norte-americana, sendo esta uma tendência que atravessa todos os tipos de clientes. E que impacto teve a situação recente ao nível dos emergentes? O diretor de ETPs revela que essa situação causou algumas ameaças e perigos, com “saídas de dinheiro notórias nesses mercados”, principalmente ao nível dos ETPs de commodities. No entanto, tendência contrária verifica-se nos mercados desenvolvidos, já que “a Europa, Japão e EUA têm registado muitos inflows, mais concretamente nos países europeus da periferia”.
Perspetiva de crescimento das taxas de juro
Remontando a 2010, a entidade lançava precisamente um ETF com um foco em títulos de países periféricos europeus, nomeadamente ao nível da dívida soberana high yield: o db x-trackers Iboxx Euro Sov. EZ Yield Plus Index ETF, que tem “54% de exposição a Itália, e 26% a Espanha”. Em agosto de 2013, e em linha com a eventual subida das taxas de juro, o DeAWM, avançou com o lançamento do db x-trackers Iboxx Euro Sov. EZ Yield Plus 1-3 Index ETF, que apesar de ter a mesma alocação do mais antigo, tem uma duração mais curta. “A escolha entre um produto e outro depende da crença do investidor relativamente ao aumento ou não das taxas de juro no futuro”, refere Simon Klein, que acrescenta que EZ Yield Plus 1-3 Index ETF foi lançado nessa “perspetiva de crescimento das taxas de juro”. Este foi o ETF “com maior sucesso no ano passado, tendo atingido os 429 milhões de euros em novos ativos líquidos em 2013”.
Esperança na China
Mais recentemente a entidade lançou também um ETF focado na China. O db x-trackers Harvest CSI 300, permite que se “olhe para o índice CSI 300, que é um índice com base no exterior e que dá acesso às empresas chinesas”. Simon Klein acredita que é importante “não esquecer que se está a falar da segunda maior economia a nível global, e também do segundo maior mercado de ações global”. Precisamente no mercado chinês, o especialista explica que existem dois tipos de mercado: o A-Shares e o H-Shares. “Os primeiros são mercados domésticos listados em Xangai e que não são acessíveis para os investidores estrangeiros. Apenas para os investidores domésticos e mercados domésticos”, explica, acrescentando que o que é possível é que “estas empresas listadas em Xangai possam ter uma cross listing nos mercados de Hong Kong, ou seja, o H-Shares”. Desta forma, tudo o que esteja listado nos mercados de Hong Kong está disponível para os investidores estrangeiros. É nesta linha que surge este ETF de réplica física, “já que o mercado assim o permite”.
No que diz respeito aos produtos smart beta e a sua evolução futura, Simon Klein assegura que na Europa se continua a viver “à sombra do mercado norte-americano” a este nível, já que os EUA têm um avanço de dez anos nesta área. Referindo que na Europa são apenas “meia dúzia” os produtos deste género, o especialista reitera que o essencial é começar a “educar os clientes nesse sentido, já que são produtos que fazem muito sentido para alguns clientes e mercados”, revela.