A dança dos Bancos Centrais para 2016 começou.
Numa acção que surpreendeu o mercado, o Banco do Japão tomou uma medida que pode ser considerada desesperada para manter viva a sua ideia de inflação a 2%.
Apesar de haver ainda espaço para aumentar o programa de compra de activos actualmente em vigor, o facto de ter descido a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos de 0% para -0.1%, preocupa fortemente o mercado já que pode ser visto como um fracasso das medidas postas em prática desde fã muito tempo para combater a deflação e promover o crescimento.
O Japão é um dos grandes enigmas do mundo financeiro. Com a balança comercial negativa na grande maioria dos meses posteriores ao tremor de terra/tsunami de 2011, e em crise desde o início da década de 90, o Japão beneficia agora de um preço de energia mais barato dada a queda do preço do petróleo, mas isso não é suficiente para dar alento à economia.
Devido à necessidade de fechar os reactores nucleares por longos períodos de tempo, o Japão ficou muito dependente da importação de energia. Mas a pergunta que se deve fazer é por quanto tempo irá beneficiar do preço da energia barata?
Com o abrandamento da economia global, e principalmente na China, mesmo com um Iene mais fraco, as dificuldades vão ser muitas para a outrora pujante indústria exportadora Japonesa quando o preço da energia começar de novo a subir.
Esta ideia dos bancos centrais de continuarem com as injecções massivas de liquidez e com programas de expansão quase sem limite, não vai ter o resultado que supostamente deveria, parece que existem poucas dúvidas em relação a isso.
No mercado cambial, depois de várias semanas a mover-se num range apertado, o Euro subiu fortemente contra o Dólar, num movimento causado pela falta de liquidez e por declarações de Draghi que voltou a afirmar que não vê razões para a inflação ser tão baixa.
(foto: dixie_law, Flickr, Creative Commons)