A dívida com grau especulativo vai continuar a beneficiar das taxas de juro baixas e da melhoria das condições do mercado.
A dívida high yield – obrigações com grau especulativo – foi um dos ativos mais procurados pelos investidores no ano passado, e o consenso geral do mercado é de que esta tendência vai continuar em 2014, segundo explica o diário espanhol Expansión. São vários os elementos que continuam a apoiar essa procura. Em primeiro lugar, a taxa de incumprimento global (de default) encontra-se em níveis muito baixos, de 2,7% em 2013, face aos 13% de 2009, segundo dados da Bloomberg, Moodys e Meriten IM.
Em segundo lugar, a melhoria das condições de financiamento no mercado tem contribuído para aumentar o número de emissões, o que confere maior liquidez a este mercado, cujo património ascende a 72.000 milhões de euros. Este incremento da oferta, reforçado pela melhoria dos fundamentais, foi acompanhado por um aumento da procura, proveniente de investidores ávidos de rentabilidade e dispostos a assumir maiores riscos graças à melhoria generalizada no mercado, que tem sido sustentada pelas notícias que falam de recuperação económica.
A última razão que provavelmente é a mais importante, indica que o high yield é menos sensível a uma eventual subida das taxas de juro, por apresentar prazos mais curtos do que outros ativos do mercado de obrigações.
As opções do investidor
Por tamanho, os principais mercados de high yield são o norte-americano, e a maior distância, o Europeu. Desta forma, as opções disponíveis aos investidores que queiram articular uma estratégia de high yield via ETF, centram-se nestes dois universos de investimento. As propostas da iShares para o mercado norte-americano são o iShares $ High Yield Corporate Bond UCITS ETF, e o iShares $ Short Duration High Yield Corporate Bond Ucits ETF. O primeiro oferece uma duração média de 4,23 anos, com um cupão de 6,48%, enquanto que no segundo caso a duração é de 2,26 anos com um cupão de 6,9%. Na parte europeia, a opção é o iShares Euro High Yield Corporate Bond UCITS. A terceira via oferecida pela gestora é um ETF de high yield global: o iShares Global High Yield Corp Bond UCITS ETF.
Estratégia similar tem o DeAWM: oferece o db x-trackers iTraxx Crossover UCITS ETF para high yield europeu e o db x-trackers Markit CDX North America investment Grade UCITS ETF para o mercado norte-americano.
A preços mais ajustáveis
A contrapartida desta classe de investimento é que a equação rentabilidade/risco já não é tão atrativa como em anos anteriores. Assim, em relação aos 10,4% de retorno oferecidos pelo high yield europeu em 2013, e aos 7,4% do norte-americano no mesmo período (segundo dados da UBS Global AM), a previsão para 2014 é de que esta classe de ativos ofereça uma rentabilidade média entre os 5% e os 6%, “que está próxima dos níveis atuais de rendimentos do cupão”, segundo Tim Dowling, responsável de high yield global para a ING IM. O especialista, que se mostra “cautelosamente otimista” com este tipo de dívida, prefere gerar valor, “jogando” com os diferenciais, em vez dos rendimentos, com a expectativa de que os spreads se estreitem à medida que os investidores continuem a comprar estratégias sensíveis ao crédito contra as subidas das taxas de juro.