Ainda que os fundos ativos tenham tido mais subscrições, a taxa de crescimento dos passivos foi muito superior.
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A gestão ativa e a gestão passiva são estratégias complementares. Mas nos últimos anos ambos os estilos de gestão travaram uma guerra muito pouco silenciosa sobre quem consegue angariar mais investidores e, sobretudo, mais ativos sob gestão.
A Morningstar acaba de publicar os dados da última batalha, a que se travou em 2020. Um ano marcado pela pandemia no qual a forte dispersão que se viu no mercado tornou a opção muito mais lógica para maximizar a rentabilidade das carteiras e, sobretudo, para limitar os riscos. Esta máxima cumpriu-se já que segundo publica Ali Masarwah, membro da equipa de análise na Europa da Morningstar, os fluxos de fundos de gestão ativa foram de 238.000 milhões de euros, face aos 165.000 milhões de euros que conseguiram os produtos indexados e ETF.
“Os fundos de gestão ativa beneficiaram da forte procura registada no quarto trimestre do ano passado, sendo dezembro um mês excecionalmente forte. Dos 238.000 milhões de euros que entraram nos fundos de gestão ativa ao longo prazo em 2020, 172.000 milhões de euros entraram durante os três últimos meses do ano passado”, afirma o analista. Ou seja, no trimestre no qual o mercado começou a prever que a chegada da vacina mais impulsionaria a recuperação económica.
De facto, segundo os seus números, essa febre investidora notou-se muito especialmente nos fundos de ações. No quarto trimestre investiram-se 87.000 milhões de euros dos 119.000 milhões de euros de entradas totais do ano, o que representou um novo recorde trimestral. Hoje, não obstante, os atrasos nas entregas de vacinas e a chegada da terceira onda dissipou grande parte desse entusiasmo do último trimestre de 2020 e fazem pensar num certo atraso, sobretudo na Europa, dessa ansiada recuperação económica.
A gestão passiva alcança 20% na Europa
Em todo o caso, ainda que o grosso das subscrições tenha ficado nos fundos ativos, quem experimentou uma maior taxa de crescimento foram os fundos indexados e ETF. De facto, segundo explica Maraswah, “quando se ajusta por tamanho, os fluxos para fundos passivos superaram os da gestão ativa”.
Em concreto, a taxa de crescimento orgânico dos fundos de gestão passiva foi de 8,7% num período de 12 meses face aos 3% dos ativos. E essa subida é o que permite que na Europa a quota de mercado dos fundos indexados passará de 19,2% no fim de 2019 para 20,3% em dezembro de 2020.