Fundos mais subscritos: temáticos continuam a dominar

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Créditos: Erol Ahmed (Unsplash)

Enquadrando o que foi o mês de setembro, Tiago Gaspar, responsável pela Análise e Seleção de fundos do Banco Carregosa, começa por referir que “foi um mês em que se continuou a observar mais subscrições do que resgates”. Os fundos mais subscritos em setembro no Banco Best e no Banco Carregosa demonstram, desde logo, a preferência por produtos acionistas. Dentro dessa preferência por ações, as escolhas dos investidores recaem sobre uma temática: tecnologia.

Efetivamente, nestas duas entidades, a procura por fundos desta natureza tem sido recorrente ao longo deste ano. Na verdade, Tiago Gaspar, diz mesmo: “O apetite dos nossos investidores não tem mudado materialmente face a meses anteriores”. Os restantes fundos acionistas inserem-se em temas como a ecologia, com o Nordea Global Climate and Environment, energia, com o Schroder Global Energy, água, com o Pictet Water, ou saúde, com o BGF World Healthscience Fund. Adicionalmente, no Banco Best, “para além dos fundos de ações, podemos encontrar uma solução mais conservadora, com um fundo imobiliário, e duas intermédias, com dois fundos multiativos”, apresenta Rui Castro Pacheco, diretor central da entidade.

Quanto às soluções mais conservadoras, o profissional Rui Castro Pacheco, relembra que são escolhas já verificadas no mês anterior. O Property Core Real Estate Fund, gerido pela Square, é um deles. Relativamente aos multiativos, “encontramos o Acatis Gané Value Event e o MFS Prudent Wealth, os quais acabam por se dirigir a clientes com perfis de risco um pouco distintos”, e que também já constavam no Top 10 do mês de agosto.

No Banco Carregosa, por outro lado, encontramos um fundo de obrigações, que não encontramos no Top 10 do Banco Best. Trata-se do Pimco Income E, com as suas duas classes. Contudo, continua-se a observar nesta entidade “a preferência pelo estilo de qualidade na Europa com o fundo da BlackRock (este fundo é recorrente no Top 10 e é também o nosso preferido para esta geografia) e em termos sectoriais a tecnologia e saúde continuam a figurar no topo”, revela Tiago Gaspar.

A grande novidade nesta entidade é mesmo a presença de um fundo de gestão passiva a representar os EUA: o Pictet USA Index. “Até então, a preferência dos nossos clientes residia no fundo Morgan Stanley US Advantage, mas o facto de neste ano o fundo estar abaixo do benchmark, deverá estar a pesar - ainda que a política de investimento do fundo o coloque numa posição difícil de todos os anos superar o S&P 500”, justifica Tiago Gaspar.

Fundos mais subscritos de setembro de 2021

Banco BestSelo FundsPeople 2021Banco CarregosaSelo FundsPeople 2021
Nordea Global Climate and EnvironmentBPictet USA IndexBC
BlackRock World TechnologyABCBGF Continental European Flexible FundB
Property Core Real Estate FundPimco Income E (USD) IncBC
Schroder Global EnergyPimco Income E (EUR HDG) IncBC
MFS Prudent WealthABCSilvip Fundo VIP
MFS European ValueABCBGF World Technology Fund E2 (EUR) ACCABC
Pictet WaterBFranklin Technology FundB
Acatis Gané Value EventABCBGF World Technology Fund E2 ACCABC
Franklin TechnologyBBGF World Healthscience FundBC
Brown US Equity GrowthABCFidelity Funds - Global Technology FundB
Fonte: Informação cedida pelas entidades.

Ações asiáticas entre as mais resgatadas

Passando para os fundos mais resgatados, Rui Castro Pacheco refere “algumas saídas de ações PME Europeias e ações da Ásia”. “Tendo sido um mês com maior volatilidade, é natural que alguns investidores tenham optado por fechar algumas posições para posterior realocação das suas carteiras”, esclarece.

Tiago Gaspar revela também um ponto curioso. “Os fundos que há cerca de um ano eram os mais subscritos (geralmente temáticos) estão hoje a ser resgatados”, afirma. Sendo que, segundo o profissional, é comum os fundos temáticos serem representativos do sentimento dos investidores - um tema debatido recentemente, numa mesa redonda promovida pela Amundi e pela FundsPeople.

“Sem surpresa, vemos no Top 10 de resgates a China e Emergentes (efeito de contágio) devido ao contexto incerto sobre a regulação e abrandamento económico”, conclui. De recordar que, no que toca a este tema, Paras Anand, diretor de Investimentos para a Ásia-Pacífico da Fidelity, alegava que “as medidas tomadas pela China visam gerir o risco e alavancar, bem como combater as crescentes desigualdades e impulsionar a melhoria ambiental”.