Chegaram recentemente ao segundo lugar do ranking de fundos imobiliários. Em entrevista, o administrador da entidade fala dos setores onde ainda veem oportunidades no imobiliário.
Em setembro passado, a Lynx AM chegou ao segundo lugar do ranking das sociedades gestoras de fundos imobiliários, ultrapassando assim a Interfundos em termos de quota de mercado e ativos sob gestão.
Em entrevista à FundsPeople, João Lino de Castro, administrador da entidade, explica que o que fazem hoje em dia ao nível do imobiliário é simples. “Fazemos uma profissionalização da gestão para alguns clientes que têm um investimento em imóveis significativo, o que lhes confere tranquilidade. Os Organismos de Investimento Imobiliário, comparativamente com a constituição de empresas, apresentam algumas vantagens, nomeadamente no que toca ao controlo, duração, supervisão, e até em termos fiscais”, relata o profissional da Lynx AM.
Uma das caraterísticas que acredita influenciar a escolha da Lynx como sociedade gestora é a independência da entidade. Não apresentando nenhum fundo imobiliário aberto na sua gama, os quais dispõem de liquidez e dimensão bastante expressivas, "há conflitos de interesse que acabam por ser evitados, sendo certo que o grupo onde a sociedade se integra não tem qualquer empresa que se dedica às atividades prosseguidas pelos seus Organismos de Investimento Coletivo".
No total, a entidade apresentava em setembro passado 41 veículos imobiliários sob a sua gestão, segundo os dados da CMVM. O profissional especifica que os projetos de promoção imobiliária são o setor onde continuam a focar baterias, “nomeadamente em zonas nobres de Lisboa, Porto ou Cascais”. Na sua perspetiva, é “onde os preços são relevantes e interessantes”.
Capital de risco: mais marginal
Na área de capital de risco, a Lynx AM também tem vindo a construir caminho, mas João Lino de Castro admite que este não é um terreno fácil. “Existem poucas oportunidades em Portugal. Surgem muitas startups, mas muitas delas não conseguem vingar. Além disso, as empresas também não têm uma dimensão muito grande”, explica.
Neste sentido, a estratégia da entidade na área não tem passado por comprar empresas com demasiados problemas e que já tenham sido lucrativas no passado, mas sim “comprar uma empresa que tenha um EBITDA sólido, pela qual se pague um bom preço. É o mais seguro”, afiança.
Portugal: possível praça financeira
Neste sentido, o administrador da entidade não esconde que a área imobiliária é a grande aposta. “Onde queremos crescer, será sempre muito mais na área imobiliária e menos na área de capital de risco”, assegura. Destacando a estabilidade recente de tributação que Portugal apresenta no setor dos fundos - nomeadamente nos OII - o profissional considera mesmo que Portugal poderia servir como uma interessante praça financeira europeia para investimento noutras geografias. “Uma Sociedade de Investimento Coletivo, anteriormente designada por SICAFI, hoje em dia, se quiser, pode investir lá fora, adquirindo imóveis em países que ainda são atrativos”, diz.
Salientando o bom trabalho que a CMVM tem feito nos últimos anos, e a “regulação razoável” que apresentamos, João Lino de Castro gostaria mesmo que “Portugal fosse uma praça financeira relevante na estruturação de organismos de investimento coletivo”.