A análise de Michael Vander Elst, gestor do fundo DPAM L - Bonds Emerging Markets Sustainable, com Rating FundsPeople+ em 2025.
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O DPAM L - Bonds Emerging Markets Sustainable é uma carteira de dívida emergente sustentável com um horizonte temporal de longo prazo. “Com uma estratégia ativa de seleção de títulos e países, nomeadamente em termos de duração e posicionamento da curva de yields, esta carteira investe em obrigações emitidas por países emergentes ou instituições internacionais, selecionadas com base em critérios de desenvolvimento sustentável e com rating creditício de investment grade e high yield (mínimo B)”, refere Michael Vander Elst, fund manager na DPAM.
De acordo com o especialista que gere este fundo com Rating FundsPeople+ em 2025, o objetivo é valorizar o investimento a médio e longo prazo, perseguindo um objetivo sustentável. Tratando-se de uma estratégia gerida ativamente, não é gerida em função de um índice. O gestor recorre a análises macroeconómicas, de mercado e de crédito para identificar os títulos com potencial de performance superior em relação ao risco assumido. Além disso, a estratégia exclui do universo de investimento os países considerados não democráticos, integrando simultaneamente no processo de decisão critérios ESG, como a defesa dos direitos fundamentais, a liberdade de expressão, a educação, o ambiente e os cuidados de saúde.
Enquanto player responsável, a DPAM está convencida de que a sustentabilidade gera alfa. “Esta estratégia, que tem a classificação Artigo 9º segundo o SFDR, beneficia de um processo de investimento único e de fatores de sustentabilidade. De facto, o modelo de avaliação de sustentabilidade próprio é validado externamente”, explica o gestor. E continua: “A nossa filosofia de investimento, baseada na gestão ativa e na análise fundamental, é também um fator de diferenciação. A isto junta-se a nossa elevada diversificação, a criação de valor a longo prazo, o excelente desempenho histórico e a capacidade de oferecer proteção em situações de mercado em baixa”.
“Historicamente, esta carteira (em moeda local) tem tido uma excelente relação risco/retorno com uma queda limitada (especialmente quando se olha para os anos civis)”, admite.
Fatores distintivos
- A diversificação global, que permite investimentos em países fronteiriços (até 20% dos ativos sob gestão e 3% por país), tem normalmente um elevado carry e uma correlação baixa ou negativa com os grandes mercados locais incluídos nos índices da moeda local.
- Abordagem ativa, não orientada para os índices de referência, mas baseada na investigação. A dispersão das yields entre os mercados locais é muito elevada. Esta carteira não investirá num país por este estar incluído num índice de referência, mas porque a combinação de dados macroeconómicos sólidos, estabilidade política e valorizações merece o investimento.
- A abordagem sustentável que, entre outros elementos, exclui os investimentos em países não democráticos ou autoritários e dá maior peso às nações que se encontram nos primeiros 25% da classificação de sustentabilidade própria da DPAM.
- Gestão do risco e da liquidez em combinação com uma equipa de investimento estável e experiente.
Perspetivas macroeconómicas
Michael Vander Elst acredita que as perspetivas macroeconómicas favoráveis, a yield elevada e as vantagens de diversificação oferecidas pela dívida dos mercados emergentes significam que esta classe de ativos pode ser uma componente fundamental das carteiras de obrigações dos investidores.
Os mercados emergentes em moeda local iniciaram 2025 com um forte desempenho positivo. “No mês passado, os mercados locais com melhor desempenho foram o Brasil, a Colômbia e a Turquia, enquanto a Indonésia, as Filipinas e a Índia foram os que registaram pior desempenho. Apesar da incerteza e volatilidade relacionadas com as tarifas impostas por Trump, as moedas tiveram um bom desempenho face ao euro”, admite o gestor. De uma perspetiva relativa, o baixo posicionamento da Colômbia, México e Tailândia contribuiu negativamente, enquanto o posicionamento do Brasil, Uruguai e Malásia contribuiu positivamente.
Como mencionado, os ativos brasileiros têm tido um bom desempenho desde o início do ano e a combinação de subidas de taxas e a intervenção do Banco Central do Brasil estabilizou a moeda. “O peso mexicano continua sujeito a uma grande volatilidade, mas, por enquanto, mantém-se estável num intervalo de 20,25/21,25 em relação ao dólar americano. O nível em que as taxas serão impostas será crucial. Acreditamos que o México demonstrará um elevado nível de cooperação em matéria de segurança das fronteiras. No entanto, estamos muito menos otimistas em relação ao crime organizado. Uma intervenção dos EUA no México é uma linha vermelha para Claudia Sheinbaum. Mantemos, por conseguinte, uma posição moderada”, comenta.
Por último, o gestor confirma a atual abordagem à duração (5,50) e diz que está disposto a acrescentar duração em caso de debilidade do mercado (por exemplo, se as yields norte-americanas se aproximarem dos 5%). “Entre as transações notáveis: reduzimos a curva do Peru, enquanto aumentámos a exposição à Colômbia, Gana, Tailândia e Sérvia em moeda local. Finalmente, vendemos posições no Senegal, Costa do Marfim e Hungria”, conclui.