O que pensa a Franklin Templeton sobre o mercado de obrigações em 2014

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greenzowie, Flickr, Creative Commons

O ano de 2013 trouxe mudanças a nível económico, tanto para os EUA, como para os Mercados Emergentes, não esquecendo também a Europa. No seu último relatório, a Franklin Templeton Investments parte precisamente de algumas dessas mudanças para traçar perspetivas sobre o mercado de obrigações para o ano que agora entrou em vigor.

“A Fed não está a seguir um caminho pré-definido”. Esta é uma das convicções expressas pela entidade, que se revela crente por exemplo no “crescimento ainda maior das yields do tesouro americano em 2014”, o que irá “espelhar o otimismo sobre a recuperação económica americana” e reforçar a improbabilidade de subida das taxas de juro no curto prazo.

A Fed vai estar atenta

Ainda que factores positivos de crescimento da economia norte-americana sejam mais do que evidentes (como o aumento da confiança do consumidor ou gradual queda no desemprego), a entidade acredita que a Fed não está propriamente a seguir em piloto-automático. “O banco central americano pretende monitorizar a taxa de inflação, que persiste abaixo dos 2%, e que pode ser prejudicial para a performance da economia”. “Por esta altura acreditamos que a Fed irá continuar a reduzir o seu ritmo de compras mensais, passo-a-passo, acabando com o programa definitivamente no final de 2014, se a economia estiver suficientemente robusta”, referem no documento.

Testes de stress: um “pau de dois bicos”

França, Espanha, Alemanha ou Itália são os países europeus referenciados como “pontos quentes” a ter em conta em 2014. A Franklin Templeton acredita que apesar dos sinais de recuperação dados pela economia da zona euro nos últimos tempos, 2014 vai trazer desafios não só em termos económicos, mas também políticos.  “No topo da lista de preocupações do BCE deve estar a ameaça de que a subida das yields do tesouro americano possam refletir-se em taxas de juro mais altas nos mercados europeus”, pode ler-se.

Outra das ameaças para o velho continente referenciadas pela Franklin Templeton são os testes de stress aplicados aos bancos. “Existe o risco de que estes testes possam revelar a necessidade urgente de recapitalização por parte de alguns bancos”, referem os especialistas, que não esquecem também a situação contrária: “os testes de stress podem conduzir o sistema bancário europeu a uma grande confiança”.

Mercados emergentes prejudicados

Os mercados emergentes também não foram esquecidos nas perspetivas da gestora. Apesar das notícias estarem a ser positivas para os mercados desenvolvidos, o mesmo não acontece para as economias emergentes. “Considerando a queda das taxas de juro na Europa e nos EUA, alguns países da Ásia e da América Latina tiveram de aumentar as taxas de juro para fazer a face à inflação”.

Ainda que a economia chinesa tenha “animado” nos últimos tempos, muito por causa da exportações de novembro terem crescido além do previsto, a Franklin Templeton acredita que o país não irá apresentar o crescimento com dois dígitos, que aconteceu na década passada.