Como a rentabilidade dos investimentos será afetada pelas alterações climáticas

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Cedida

(TRIBUNA de Keith Wade, economista chefe da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.)

Os investidores já não podem ignorar as alterações climáticas. Estas terão um grande impacto na nossa maneira de viver, assim como nos retornos dos investimentos nos próximos 30 anos. Uma análise da Schroders mostra que as alterações climáticas podem favorecer um maior ênfase dos investidores nos mercados desenvolvidos. Em concreto, para os investidores da Suíça, Canadá e Reino Unido, a conclusão bem mais incómoda é que, nos próximos 30 anos, as alterações climáticas irão, na realidade, potenciar os retornos das suas bolsas nacionais. Segundo a nossa análise, os retornos anualizados ajustados à inflação do mercado bolsista suíço nos próximos 30 anos serão de 4,1% caso não haja nenhuma mudança climática, mas de 5,4% caso haja. No Canadá, os valores respetivos são 4,4% e 5,4%, enquanto no Reino Unido são 5,7% e 6,0%. Por outro lado, o prognóstico para o índice MSCI World sobe ligeiramente com o impacto das alterações climáticas, de 3,7% anual para 3,8%. Ainda que isto trace um cenário positivo nestes países, não é de forma alguma de fomentar a inação perante as alterações climáticas. Isto deve-se a que um clima mais quente poderia melhorar a produtividade nestes mercados relativamente fríos, mas desenvolvidos. Pelo contrário, os retornos dos mercados emergentes serão negativamente afetados, apesar de continuarem a ser potencialmente atrativos. A previsão a 30 anos para as ações dos mercados emergentes cai de 6,3% para 4,4% ao ano quando são tidas em consideração as alterações climáticas. Os mercados que serão mais afetados pelas alterações climáticas nos próximos 30 anos são os dos países emergentes mais quentes, como a Índia. Prevê-se que, nas próximas três décadas, os retornos ajustados à inflação do mercado de valores da Índia sejam de 6,2% ao ano sem alterações climáticas. Com estas, estima-se que os retornos apenas atinjam os 2,3% ao ano. Entre os mercados mais afetados também se encontram Singapura e a Austrália. 

No entanto, para além destes mercados, as consequências de não atuar perante o aumento das temperaturas poderiam ser devastadoras para todos os países neste século. Supomos que os países introduzirão um imposto sobre o carbono, mas este chegará provavelmente demasiado tarde e será demasiado pequeno para alcançar o objetivo do Acordo de Paris de limitar as temperaturas a um aquecimento de 1,5 graus até aos finais do século.

A mensagem é clara: a provável divergência a longo prazo nos resultados regionais significa que um enfoque ativo da gestão dos riscos das alterações climáticas já não é opcional, mas sim essencial. Neste sentido, na Schroders contamos com o Schroder International Selection Fund Global Climate Change (SISF Global Climate Change), um fundo de ações globais que capta oportunidades em todo o mundo investindo em empresas que, na nossa opinião, serão positivamente afetadas pelos esforços de transição para uma economia com baixas emissões de carbono. Conscientes do desafio que as alterações climáticas representam, lançámos este fundo há 10 anos, combinando o investimento temático num dos maiores desafios que o mundo empresarial vai enfrentar, com os critérios ESG ou de investimento responsável. A equipa de gestão, liderada por Simon Webber, seleciona empresas que identificam as ameaças e abordam rapidamente este desafio ou que fazem parte da solução.

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Comparação dos retornos das ações nos melhores e ‘piores’ preços do carbono

Retornos previstos (por ano 220-2049)

Mitigação parcial            Acordo de Paris

Fonte: BEST, FMI, Agência Internacional de Energia, Banco Mundial, US Census, Refinitiv Datastream, BP Statistical Review of World Energy, Schroders Economics Group, Fevereiro 2020.

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