Os fundos mobiliários nacionais que melhor remuneraram o risco nos últimos 10 anos

Nos investimentos, segundo as teorias convencionais, é habitual referir que retorno e risco estão positivamente relacionados. O aumento do potencial retorno de um investimento é geralmente acompanhado por um aumento do risco. Contudo, na prática, nem sempre é assim e prova disso mesmo é os três fundos mobiliários nacionais mais rentáveis por unidade de risco a 10 anos não serem fundos de ações. Assim, que fundos nacionais melhor geriram o risco neste período? Já vimos que os fundos de ações foram os que melhores retornos absolutos conseguiram neste período, mas quando ponderamos o retorno pelo risco, o cenário muda de figura.

Em termos de entidades gestoras, nesta análise e no período considerado, o destaque em termos de fundos de obrigações vai para a GNB GA, em termos de multiativos, para a Invest GA e, relativamente aos fundos de ações, para a IMGA.

Os fundos líderes

É um fundo altamente diversificado que detém o primeiro lugar deste ranking: o Alves Ribeiro PPR/OICVM da Invest Gestão de Activos. Trata-se de um fundo multiativos, na qual fazem parte da sua carteira as mais variadas classes de ativos, tais como dívida pública, privada, emergente, ações europeias, norte-americanas, globais e emergentes, e alternativos. Falando em números, este fundo com Rating FundsPeople 2022, obteve um retorno anualizado a 10 anos de 9,71% e um desvio-padrão de 8,67%, o que o fez alcançar um retorno por unidade de risco de 1,12%.

O segundo produto que melhor remunerou o risco nos últimos 10 anos foi o NB FCP Euro Bond, da GNB Gestão de Ativos. Este fundo de fixed income, gerido por Vasco Teles, alcançou uma rentabilidade anual a 10 anos de 7,51% e um desvio padrão neste período de 8%. Por sua vez, o retorno por unidade de risco deste fundo a 10 anos é de 0,93%. Este é já um fundo com uma carteira composta maioritariamente por obrigações emitidas por empresas europeias e títulos de dívida emitidos por um Estado-membro europeu da OCDE.

Já o terceiro fundo que melhor relação risco/retorno alcançou neste período foi o Montepio Taxa Fixa, da Montepio Gestão de Activos. Inserido no mesmo espectro de investimento que o fundo anteriormente mencionado, na categoria Morningstar Government Bond, o Montepio Taxa Fixa alcançou um retorno anual de 3,61% e um desvio padrão a 10 anos de 4%, o que o fez registar um retorno por unidade de risco de 0,9%. A nível da composição da carteira, o mercado monetário representa cerca de 17% do portefólio deste fundo, sendo o restante composto por obrigações governamentais de taxa fixa.

O primeiro fundo de ações nacional aparece no quarto lugar do ranking e trata-se do IMGA Ações América, sob alçada da IMGA. Este foi também o segundo fundo mobiliário nacional mais rentável a 10 anos, alcançando um retorno neste período de 11,18% e um desvio padrão de 12,52%. Consequentemente, o seu retorno por unidade de risco (0,89%) foi ligeiramente inferior ao produto gerido pela Montepio Gestão de Activos. Para além deste, pertencente a esta classe de ativos também fazem parte do Top 10 o IMGA Global Equities Selection, o Caixa Ações EUA e o BPI América.

Ranking dos 10 fundos mobiliários nacionais com maior retorno por unidade de risco a 10 anos