Rating de crédito dos investimentos em títulos de dívida pelos fundos de pensões melhora em 2020

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Um dos dados mais marcantes sobre a evolução da alocação dos fundos de pensões nacionais no Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões de 2020 foi o aumento significativo do peso relevante das unidades de participação em fundos de investimento mobiliário. Este crescimento foi mais marcante entre os fundos de pensões PPR e fundos abertos e traduziu-se, principalmente num maior investimento alocado a fundos de ações.

Contudo, o objetivo desta análise com base no relatório divulgado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) é olhar para dados que não incluem estes veículos de investimento, mas sim as carteiras de investimento direto em títulos de dívida e equiparados. 

No que toca ao risco de taxa de juro, a ASF comenta que no caso dos fundos de pensões fechados observou-se um “novo aumento da exposição a maturidades superiores a 5 anos (de 8,6 pontos percentuais), que passa assim a totalizar quase dois terços da sua carteira de dívida. Este incremento foi de magnitude próxima à diminuição observada para a classe entre os 2 e 5 anos. Para os outros fundos abertos, as variações em 2020 foram de teor análogo”.

Por seu turno, nos fundos de pensões PPR, “as principais variações consistiram na compressão de classe de maturidades entre os 2 e os 5 anos, em paralelo ao aumento do peso da classe de maturidades inferiores a 2 anos”.

Olhando para a globalidade destes veículos de poupança para a reforma fica evidente no gráfico uma deslocação do perfil de maturidades médio para a esquerda, ou seja, para prazos mais curtos.

Da análise das maturidades e durações por tipo de título de dívida nota-se algum aumento de maturidade nos títulos de dívida pública e equiparados – com exceção dos fundos de pensões PPR – e um aumento, de maior magnitude, das maturidades das obrigações privadas, novamente com exceção dos fundos de pensões PPR.

A tendência é semelhante no que concerne o perfil de durações. 

Risco de crédito

Por fim, fica evidente no relatório que a ampla maioria dos títulos de dívida dos fundos de pensões permaneceu em território de investment grade em 2020. “As evoluções anuais foram de magnitude contida, no sentido de reforço da qualidade creditícia da carteira, em particular com o reforço de dois pontos percentuais da proporção do patamar correspondente a AA”, acrescenta a entidade reguladora dos seguros e fundos de pensões.