Risco político impõe adaptação no crescimento dos mercados emergentes

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The Fayj, Flickr, Creative Commons

O último Marketexpress da ING Investment Management trata a inevitável temática “Ucrânia/Rússia”. A entidade indica que perante tais tensões a leste, algumas precauções foram tomadas, e não veem necessidade de alterações na sua postura em relação ao risco.

Positiva em relação aos futuros desenvolvimentos desta situação, a ING Investment Management espera que haja um compromisso entre a Rússia, Ucrânia e União Europeia, no que diz respeito à Crimeia. “Tal como aconteceu com os conflitos nos países vizinhos da Rússia (Moldávia, Geórgia), este caso pode culminar numa declaração de independência por parte da Crimeia, que apenas será reconhecida pela Rússia, mais ainda assim tolerada pela Ucrânia, e por outros países internacionais”, indicam. Ao mesmo tempo que consideram que perante tal cenário ainda existem poucas razões para que sejam feitos ajustes na alocação de risco, indicam no entanto que deve ser reconhecido algum perigo que a transição política na Crimeia pode acarretar.

Ajustamento a uma nova realidade

Também em relação aos restantes países emergentes são tecidas mais algumas palavras. “A Ucrânia é o exemplo mais dramático do crescente número de países destes mercados que estão a enfrentar crises políticas ou desordem social”, dizem. Para a gestora “o crescimento do risco político pertence a um contexto em que o crescimento dos mercados emergentes tem de se ajustar a uma nova realidade, em que existe menos entrada de capital estrangeiro, e menos procura da China”. Nesta perspetiva, uma coisa é certa: “o processo de rebalanceamento [nos emergentes] não vai ser “pêra doce””.

Ações europeias menos atrativas

Perante tal cenário, a ING considerou prudente uma “redução de risco na alocação tática, durante a semana passada”. Como? Ora, a entidade teve em conta onde é que a sensibilidade regional teve mais influência, onde é que as avaliações estiveram mais “apertadas”, e onde é que as posições estiveram mais concentradas. Desta feita, a gestora denotou que “a atratividade das ações europeias baratas tem-se vindo a desvanecer nas últimas semanas”. Assim o caminho escolhido foi uma diminuição na sobreponderação das ações europeias, de medium para small.

À semelhança do que já tem acontecido, a entidade continua a reforçar a sua posição em exposições mais ‘contrarian’. “O imobiliário e as commodities continuam, na generalidade, a ser pouco amadas. As oportunidades parecem ter-se deslocado para estas duas classes de ativos”, acreditam.