Tendências: Nordea 1-Stable Return e JPM Global Income estão entre os fundos que mais captaram no último trimestre na Europa

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ruben_farao, Flickr, Creative Commons

Fevereiro foi um mês especialmente positivo para a indústria de fundos europeia. O sector durante este mês alcançou captações de 65.000 milhões de euros, o que realça uma clara aceleração nas entradas líquidas registadas durante o primeiro trimestre do ano (25.700 milhões). Também é de destacar que, ao contrário do que tem sido habitual, todas as categorias registaram captações, muito embora os fundos mistos não tenham sido neste mês os que mais fluxos receberam (21.200 milhões), tendo sido superados pelos fundos de obrigações (24.500 milhões de euros). Depois destas duas categorias, situam-se os produtos de ações, com captações líquidas que ascenderam a 17.000 milhões. Como curiosidade sublinha-se o avanço ganho pelos fundos de bolsa europeia (5.750 milhões de entradas em fevereiro), face às saídas de 4.173 milhões de fundos de ações americanas e de 1.400 da bolsa inglesa.

Os dados da Lipper Thomson Reuters mostram que neste contexto de forte crescimento da indústria a BlackRock voltou a ser a gestora que mais entradas líquidas registou na Europa em fevereiro, com captações líquidas que roçaram os 6.800 milhões. A entidade, no último ano, viu crescer o seu volume de ativos sob gestão na Europa em 110.000 milhões de euros. Os produtos mais vendidos pela empresa americana em fevereiro foram os produtos de gestão passiva, um de obrigações corporativas, o iShares Euro High Yield Corporate Bond UCITS ETF, e outro de ações que replica o principal índice da bolsa alemã, o iShares Core Dax UCITS ETF. O volume captado pela BlackRock em fevereiro é o dobro do que foi captado pela Intesa San Paolo, a segunda entidade que aparece no ranking como sendo a que mais vendas líquidas registou no mês (3.380 milhões). Seguem-se o Deutsche AWM (3.231 milhões), a J.P. Morgan AM (3.057 milhões) e o Credit Suisse (2.320).

Analisando o ranking dos fundos mais vendidos na Europa durante o segundo mês do ano, observa-se que na lista aparecem produtos conhecidos do mercado português, mas não só. O primeiro fundo é o Standard Life Global Absolute Return Strategies, que apresenta captações de 743 milhões de euros. Muito próximo figura o Nordea 1-Stable Return Fund (718 milhões) e o JPM Global Income (705 milhões). O top cinco fica completo com o Allianz Income & Growth (691 milhões) e com o PIMCO GIS Global Investment Grade Credit (656 milhões). Para além dos produtos da iShares anteriormente referidos, o top 10 fica completo  com produtos como o MFS European Value Fund (622 milhões), que a empresa encerrará a novos investimentos no próximo dia 20 de abril, o UBS (Lux) European Opportunity Unconstrained (518 milhões) ou o Carmignac Patrimoine (516).

Face ao maior interesse dos investidores pelos fundos de obrigações durante fevereiro, o ranking dos produtos mais vendidos na Europa mostra que quatro dos cinco fundos mais subscritos durante os três últimos meses correspondem a produtos mistos. O mais procurado foi o Nordea 1 – Stable Return, que no último trimestre registou entradas líquidas de 2.363 milhões de euros. Seguiram-se o Allianz Income & Growth (2.050 milhões) e o JPM Global Income (1.805). O top cinco fica encerrado com o Standard Life Global Absolute Return Strategies (1.558 milhões). Pelo meio figura um fundo cotado de ações americanas da BlackRock, o iShares Core S&P 500 UCITS ETF, com entradas líquidas no trimestre de 1.646 milhões de euros.

Embora nos cinco fundos mais vendidos do último trimestre não apareça nenhum fundo de obrigações, isto poderá começar a mudar tendo em conta que os dados provisórios de março que mostram que, tal como aconteceu em fevereiro, as obrigações voltaram a ser a categoria que mais entradas líquidas recebe na Europa, com fluxos positivos que a Lipper Thomson Reuters estima em 18.600 milhões de euros.