Os investidores das plataformas nacionais foram à procura de estabilidade nas carteiras, ao mesmo tempo que arriscaram com fundos de ações sectoriais. Verifique ao pormenor a lista de fundos estrangeiros mais subscritos.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
Julho foi um mês hostil para os mercados financeiros, e que tardará a sair da memória dos investidores. As entidades europeias chegaram finalmente a um consenso com a Grécia, que permitiu ao país ficar com pelo menos um pé na Zona Euro. No mercado de ações chinês a volatilidade adensou-se, e embora os impactos noutras bolsas mundiais tenham sido reduzidos, o tema fez correr muita tinta. Os investidores das três plataformas nacionais que comercializam fundos de investimento estrangeiros – BiG, ActivoBank e Banco Best – não se deixaram, mais uma vez, “intimidar” pelas confusões do mês.
Do BiG – Banco de Investimento Global, Isabel Soares, gestora de produto, assinala que o mês de julho “voltou a ser dominado pelo newsflow relacionado com a situação da Grécia” mas que, ainda assim, existiram alguns indicadores e resultados positivos “a trazerem alguma estabilidade ao mercado” e com os “níveis de volatilidade a estabilizarem”, à exceção da China. A profissional conta que estes foram motivos para que muitos investidores se reposicionassem no mercado. “Os fundos de investimento voltaram a ser uma das soluções de eleição registando, em termos globais, inflows bastante interessantes”, acrescenta.
À procura da (mesma) estabilidade
As novidades foram poucas na lista de fundos mais subscritos na entidade. “Não se verificaram alterações estruturais significativas nos padrões a que temos assistido ao longo dos últimos meses”, refere, contando que “o fundo Nordea Stable Return voltou a liderar o Top de subscrições numa altura em que muitos investidores continuam a percepcionar como fundamental a alocação de parte do seu património a estratégias não só focadas na obtenção de valor como também no controlo da rentabilidade e equilíbrio de riscos da carteira”. Desta feita, o BiG e o Banco Best voltaram a partilhar o mesmo fundo mais subscrito. Pedro Barros, Associate Manager na entidade, destaca que “como já vem sendo habito nos últimos meses, os fundos mistos Nordea Stable Return e MFS Global Total Return ocupam os dois lugares cimeiros da lista de mais subscritos”.
Transversal: ações e sectoriais na berlinda do mês
Os fundos de ações continuaram, tal como em junho, a ser as grandes estrelas das listas de mais subscritos. Do BiG assinalam especificamente que “alguns fundos de acções europeias também voltaram a registar inflows interessantes”, destacando-se a este nível “os fundos Invesco Pan European Structured Equity, o Henderson Pan European Alpha e o Threadneedle Pan European Smaller Companies”, produtos onde está também em causa um posicionamento com uma abordagem mais sectorial.
Também a fazer referência ao facto da maioria dos lugares do ranking serem ocupados em exclusivo por fundos de ações, do Banco Best notam assim a “maior apetência por risco por parte dos investidores durante este mês”, com a Europa a ser um ponto fulcral no ranking de julho. Explicam que “exceção feita ao Invesco Global Structured Equity, fundo de ações globais, os restantes fundos da lista são fundos de ações europeias (MFS European Smaller Companies, UBS European Opportunity Unconstrained, Jupiter European Growth e Alken European Opportunities)”.
Outra vertente de grande enfoque nas três plataformas foi o interesse pelos fundos sectoriais. Do ActivoBank, João Graça, indica que “no posicionamento dos investidores mais agressivos assistimos a uma clara aposta em setores que se têm mantido consistentes ao longo dos últimos meses, a Saúde e Biotecnologia”. No BiG, Isabel Soares pontualiza que no caso da entidade a saúde foi o sector mais procurado durante o período. “A robustez financeira destas empresas parece ter beneficiado este tipo de produtos o que se traduziu em inflows significativos para os fundos Blackrock World HealthScience e Fidelity Healthcare”, relata. No Best o cenário foi semelhante. “Salienta-se a presença de três fundos setoriais ligados às Biotecnologias e Saúde, da BlackRock, Franklin Templeton e Candriam”, explica Pedro Barros, que salientou ainda que na lista de julho apenas existiu “uma nova entrada na lista de mais subscritos, o Alken European Opportunities”, que substituiu o “Jupiter Dynamic Bond, mantendo-se os restantes 9 fundos, embora com algumas alterações na ordenação do ranking”.
No caso do ActivoBank, João Graça fez ainda alguma contextualização macroeconómica lembrando que “o mês de julho 2015 fica marcado por duras negociações entre a Grécia e a Troika. Se logo após o referendo, o “Grexit” era quase uma certeza, no inicio da semana seguinte a Grécia já se havia comprometido com a Troika com uma série de propostas com o objetivo de livrar o país da situação de estrangulamento financeiro em que se encontrava”. Nos Estados Unidos, por seu lado, assinala que “a recuperação económica continua, apesar de alguns momentos de correção nos mercados acionistas e o FED voltou a sinalizar subida de taxas de juro no final do ano. No Oriente, o mercado acionista chinês teve um mês atribulado com correções muito significativas a ponto do Governo acionar várias medidas como a limitação de Short-Selling ou o impedir a realização de mais IPOs”. Para além da já referida preferência pelos fundos de ações sectoriais, da entidade destacam também que “alguns investidores com um perfil de risco um pouco mais conservador optaram por fundos mistos com uma gestão mais equilibrada do risco”, tal como aconteceu no BiG e no Best.
Lista de fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas nacioanais em julho
|
BiG |
Best |
ActivoBank |
1 |
Nordea 1 Stable Return Fund |
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR |
UBS(Lux) SF Yield (EUR) N Acc |
2 |
Invesco Pan European Structured Equity |
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc |
SISF Euro Equity B |
3 |
Pioneer Fund Global Equity Target Income |
BlackRock Global Funds - World Healthscience Fund Class E2 EUR |
Fidelity F Global Health Care E |
4 |
PIMCO Unconstrained Bond
|
MFS® Meridian Funds - European Smaller Companies Fund Class A1 EUR Acc |
JPM INV F US Select Equity D |
5 |
BNY Mellon Euroland Bond P |
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E |
UBS (Lux) ES USA Growth (USD) P Acc |
6 |
Henderson H. Pan European Alpha |
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc |
JPM F Global Healthcare D |
7 |
Threadneedle IF Pan Europ Smaller Comp F |
The Jupiter Global Fund - Jupiter European Growth Class L EUR Acc |
Franklin Biotechnoloy Discovery N |
8 |
Schroder ISF Global Convertible Bond |
Franklin Biotechnology Discovery N Acc $ |
UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc |
9 |
BlackRock World Healthscience Fund |
Candriam Equities L Biotechnology N Acc USD |
PIMCO GIS Global Real Return (Acc) E |
10 |
Fidelity Funds-Healthcare Fund |
Alken Fund European Opportunities-A |
BGF World Healthscience E2 |