A evolução das quotas de mercado das gestoras de fundos mobiliários no último ano

Num período marcado por máximos nas principais bolsas mundiais, os retornos alcançados por parte dos fundos nacionais foram excecionais. Aliás, no passado recente, o mercado nacional de fundos de investimento tem vindo a sofrer algumas alterações ao nível de produtos comercializados, mas também em termos de património. Exemplo disso é a Optimize Investment Partners que, recentemente, se estreou no mundo dos alternativos, com o lançamento do Optimize Disruption Fund. Ou a Bankinter Gestión de Activos que lançou o Bankinter Mega TT PPR/OICVM.

Já em termos de património, o mercado não para de crescer. Os OICVM nacionais marcaram, em julho, um novo recorde: ultrapassaram os 17 mil milhões de euros geridos. E, como podemos ver pela segunda tabela abaixo, quando incluímos os fundos nacionais domiciliados no Luxemburgo na análise, a barreira dos 19 mil milhões de euros está quase a ser alcançada.

Assim, neste artigo apresentamos as quotas de mercado, com base em dados retirados da Morningstar e com referência a julho de 2021, para o universo de fundos domiciliados em Portugal e no Luxemburgo de casas gestoras nacionais.

Alarga-se o fosso dos líderes

Focando a atenção nos produtos domiciliados apenas em território nacional, comparativamente com há um ano atrás (julho 2020), o pódio alterou-se. Agora, é a IM Gestão de Ativos que configura o segundo lugar no mercado nacional, enquanto a BPI Gestão de Ativos – que possuía essa posição – ocupa agora a terceira posição do ranking. Por sua vez, a líder Caixa Gestão de Ativos aumentou a sua preponderância de mercado em 0,58 p.p., constando agora com 33,5% de quota de mercado. Mas, de facto, quem registou o maior aumento em termos de quota de mercado foi a IM Gestão de Ativos (1,73 p.p.).

Em termos de ativos sob gestão, continua a observar-se uma grande diferença dos quatro primeiros lugares para as restantes entidades. Tudo somado, à data, estas quatro entidades reúnem entre si 90% do património do universo de fundos de investimento nacional, contemplado na base de dados da Morningstar.

Olhando agora para as restantes 10 casas gestoras, observamos que a Bankinter Gestión de Activos (Sucursal em Portugal) está em destaque. Esta entidade testemunhou a maior variação positiva na sua quota de mercado (0,25 p.p.) face a julho de 2020.  

QUOTA DE MERCADO POR ENTIDADES GESTORAS - FUNDOS DOMICILIADOS EM PORTUGAL

A preponderância das estratégias luxemburguesas

Quando incluímos os fundos domiciliados no Luxemburgo no ranking, o pódio não se altera. A Caixa GA continua líder de mercado, e até aumenta a sua preponderância em 0,92 p.p. face a julho de 2020, embora não apresente fundos domiciliados naquela praça. A IMGA segue no mesmo sentido, com um aumento de 1,84 pontos percentuais.

No espetro oposto está a BPI Gestão de Ativos que perdeu 2,37 p.p. em quota de mercado face a julho de 2020. No entanto, esta continua distinguida na terceira posição do ranking, mais perto do segundo do que do quarto lugar.  

De destacar também a GNB Gestão de Ativos que, com as estratégias luxemburguesas, consegue ultrapassar a barreira de 1 mil milhões de euros em ativos sob gestão. De facto, entre as casas gestoras com menor preponderância de mercado com fundos domiciliados em Portugal e no Luxemburgo, a GNB GA foi a que acabou por ganhar mais preponderância no mercado (0,46 p.p.) durante o último ano.

Na verdade, como visível na tabela abaixo, uma diferença face ao ano passado, é que mais uma gestora decidiu domiciliar fundos no Luxemburgo. Falamos da Optimize IP, que constitui a Optimize IP SICAV no início de 2021, precisamente com assento na maior praça financeira europeia.

QUOTA DE MERCADO POR ENTIDADES GESTORAS - INCLUINDO FUNDOS DOMICILIADOS NO LUXEMBURGO