As estratégias mais subscritas do último mês do ano

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No último mês do ano manteve-se aquilo que caracterizou um pouco o ano de 2018, com várias bolsas mundiais a registarem performances negativas. Bruno Pinhão, do ActivoBank, destaca que dezembro foi, inclusive, “o pior mês para o índice S&P500 desde fevereiro de 2009”. A nível global, com a queda registada em dezembro, “a globalidade dos índices e dos sectores fechou o ano em terreno negativo”, aponta o profissional. 

Apesar da cor avermelhada no mercado norte-americano, um dos destaques do mês foi a suspensão da guerra comercial com a China por um período de 90 dias, tendo sido removida a taxa adicional à importação de veículos por parte da China. Esta movimentação pode, tal como refere Bruno Pinhão, “deixar espaço para as negociações com vista a um entendimento”. Como condicionantes do mercado americano, dois factores são destacados pelo profissional: “o cruzamento dos juros da dívida norte-americana a dois e a três anos acima da yield a cinco anos” e “os receios de shutdown nos EUA perante as dificuldades de Trump em aprovar o financiamento do Estado”. Nota, ainda, para a quarta e última subida de taxas de juros de 2018 efetuada pela Fed, que para este ano “prevê apenas dois aumentos”. 

Do lado do Velho Continente, os problemas e incerteza em torno do Orçamento de Estado italiano e do Brexit voltaram a ser uma dor de cabeça para os investidores. Por outro lado, o mercado europeu foi ainda penalizado “pelos indicadores de atividade nos serviços e indústria, que arrefeceram acima do esperado em dezembro, tendo para isso contribuído a contração da atividade em França devido às manifestações dos ‘coletes amarelos’”, aponta. 

Tendo este cenário como “pano de fundo”, os clientes do ActivoBank optaram pelo “clássico sector de refúgio, tendo um fundo sobre ouro sido o mais subscrito do mês de dezembro”, refere Bruno Pinhão. Entre os fundos mais subscritos estiveram também fundos de obrigações e de pequenas e médias empresas norte-americanas – como estratégia para a guerra comercial. 

Por outro lado, as correções verificadas durante o mês levaram os investidores da entidade a colocar entre os mais subscritos produtos com exposição aos mercados emergentes e do sector da saúde. Em destaque voltaram também a estar os fundos temáticos, com Bruno Pinhão a destacar a “preocupação crescente dos investidores para com o meio ambiente e alterações climáticas”, tendo um fundo deste sector figurado entre os mais subscritos de dezembro. 

Investimento em ações continua a dominar o top do Banco Best

Quanto aos clientes do Banco Best, apesar do período mais complicado vivido pelos mercados acionistas, “continuam a acreditar que o ativo que pode gerar retorno no médio prazo são as ações, sendo o top de produtos mais subscritos dominado por oito estratégias sobre esta classe de ativos”, detalha Rui Castro Pacheco, diretor adjunto de investimentos do Banco Best. 

O mercado europeu foi uma das preferências dos clientes da entidade, que surge no top com duas estratégias distintas. As opções recaíram, assim, sob o MFS European Value, “que investe em ações mais estáveis e múltiplos de mercado mais baixas”, e sob o Alken Small Cap Europe, “que procura empresas com potencial”. 

O investimento em termos mais genéricos no mercado norte-americano foi feito através do Pictet USA Index, tendo os investidores do Banco Best preferido “um fundo mais ‘colado’ ao índice, em detrimento da típica gestão ativa”, explica Rui Castro Pacheco. O mercado chinês esteve também entre as preferências, com a presença do Invesco Greater China Equity

No que respeita ao investimento temático, este voltou a constar na lista de mais subscritos, ainda que Rui Castro Pacheco faça questão de referir que “em dezembro verificamos a ausência de temas especificamente tecnológicos que nos tinham vindo a acompanhar, como é o caso da robótica e da inteligência artificial”. Os investidores optaram, assim, pela entrada no Jupiter Financial Innovation, “que, ainda assim, não deixa o tema da inovação e da tecnologia de fora”, e também pela entrada em temas como a saúde, com o BlackRock World Healthscience, como os recursos naturais, com o Franklin Natural Resources, e da energia, com o Invesco Energy

Já o investimento de menor risco/volatilidade não ficou de fora desta lista, que conta com a presença de apenas um fundo de obrigações, o Rubrics Global Fixed Income. Este é um fundo “de uma boutique especializada e dedicada apenas a este topo de ativo, detendo uma gestão flexível e que pode apostar num variado leque de estratégias dentro da dívida”, explica Rui Castro Pacheco.

Por último, destaque também para a presença de um fundo multiativos no top das preferências dos clientes da entidade, com o Acatis Gané Value Event. Este fundo, que foi uma presença constante ao longo do ano, “é gerido por duas boutiques especialistas nas suas áreas – a Acatis com a parte value e a Gané com a componente de event”. 

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