O responsável pelo negócio de ETFs da gestora americana explica como vai ser a gama de fundos cotados da casa.
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A JP Morgan AM, um dos pilares da gestão ativa, decidiu lançar-se no mundo dos ETFs há quatro anos, algo que para Byron Lake, responsável do negócio global ex US de ETF da JP Morgan, não é totalmente incompatível. “Muitas vezes os investidores pensam que os ETFs equivalem a um investimento passivo ou a um índice, mas na JP Morgan vemos a situação mais como um invólucro ou uma tecnologia: que seja passivo ou ativo depende do que se mete lá dentro. É certo que os ETFs mais populares são os que replicam um índice, mas isso não tem de ser sempre assim, nem tem de ser a norma. Queremos que os clientes possam ter as vantagens de um ETF e ao mesmo tempo, beneficiarem das ideias de investimento da JP Morgan”, explica.
Lake utiliza uma analogia com os formatos de música para explicar a perspetiva de ETFs da JP Morgan AM, “o ETF é como o formato mp3, é confortável, acessível, mas se toca música clássica ou rock, isso depende do que se tenha lá colocado”.
E o que vai tocar nesses mp3? Byron aponta para o facto de “querermos ter uma oferta completa em obrigações, ações e alternativos. E combinar esses ativos com uma aproximação beta, strategic beta e de gestão ativa. Assim nas obrigações a 1-3 anos temos dois ETFs plain vanilla, mais relacionados com o beta puro, mas também temos um strategic beta para obrigações de mercados emergentes. E depois oferecemos dois ETFs ativos “monetários plus”. Queremos poder dar acesso a todas as possibilidades que há de investir em cada classe de ativo”, assinala Lake.
A JP Morgan AM chegou mais tarde ao mundo dos ETFs, o que tem as suas vantagens e desvantagens. Na opinião de Byron Lake, o mais importante é que ainda há muito potencial porque “o volume do mercado europeu atual cresceu para cerca de 800.000 milhões de euros, mas estima-se que poderá multiplicar nos próximos cinco anos. Globalmente há cerca de cinco biliões de dólares em ETFs e também se espera que multiplique nos próximos dez anos, por isso, ainda há muito potencial”, nota. Além de ter chegado mais tarde, Lake acha que têm as vantagens de utilizar as últimas tecnologias e de desenhar uma gama e contrui-la de forma sistemática.
Em relação à convivência entre ETFs e os fundos ativos numa casa como a JP Morgan AM num contexto de queda de margens, Lake considera que “a redução de custos é algo que afeta toda a indústria de gestão ativos. Ainda assim, alerta para o facto de que focar-se apenas no preço pode trazer outros riscos: “Os investidores não deverão utilizar apenas os custos como razão para escolher um produto, mas sim ter bem claro quais são os seus objetivos e encontrar a solução mais conveniente, não necessariamente a mais barata”, nota.
Estratégias
Por agora, a gama de ETFs da JP Morgan conta com nove estratégias. Em novembro de 2017 lançaram um ETF de 'managed futures' e outro de long short de ações. Os três seguintes chegaram nos finais de fevereiro (obrigações governamentais euro 1-3, USD ultra short e strategic beta de obrigações emergentes). Além disso, têm também a versão da curva americana e inglesa a 1-3 e o ultra short em libras esterlinas e euros. Sobre o tipo de ETF que planeiam lançar nos próximos 12-24 meses, Lake assinala que irão lançar mais 11 no final do ano e que pretendem chegar aos 50 em três anos. “Serão beta, strategic beta e ativos. Por agora temos muitas obrigações e alternativos e estamos a trabalhar em ações”, acrescenta.
Acerca de educar os clientes sobre esta nova gama de ETFs, o responsável de negócio da JP Morgan AM nota que é importante “passar muito tempo com eles. É como a hesitação que se sente antes de comprar alguma coisa pela primeira vez na Amazon. O que queremos é que eles provem e comprovem as suas vantagens.
O ETF não é uma coisa confusa, ao fim e ao cabo é um veículo UCIT”. Nesta redefinição que, segundo Lake, a JP Morgan AM vai fazer do universo dos ETFs, de momento ainda não foi marcada uma quota de mercado como objetivo. “Se temos uma plataforma com produtos de qualidade, não me preocupa tanto ser o top 5 em X anos, mas sim oferecer produtos e soluções de qualidade para determinadas categorias. Vamo-nos focar em criar realidade”, conclui.