Eleva Absolute Return Europe: o long/short de Eric Bendahan

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Créditos: Jorge Fernández Salas (Unsplash)

Dois dos fundos da Eleva Capital obtiveram este ano a máxima distinção: o Rating FundsPeople+. O fundo emblemático da boutique de Eric Bendahan, o Eleva European Selection, mas também a sua versão long/short, o Eleva Absolute Return Europe. Ambos os fundos partilham o mesmo estilo de gestão: a combinação da visão macro com a seleção bottom-up de empresas, agnósticos quanto à capitalização ou ao growth/value, e uma alocação de ativos bastante tática. A diferença deste segundo é que tem uma camada de posições curtas em empresas com balanços em declínio e em indústrias no final do ciclo de maturidade.

Em concreto, os limites da exposição líquida são de +50%/-10% e 250% em exposição bruta. Quanto ao comportamento recente, a tática anteriormente descrita traduziu-se, neste caso, na mesma seleção de setores e numa evolução da exposição líquida à volta de 35% no primeiro trimestre de 2024, para baixar 15-20% durante o segundo e terceiro trimestre e regressar a cerca de 37% no quarto.

Update do Eleva Absolute Return Europe

Para além da construção da carteira, a visão de mercado é igual à do Eleva European Selection. Ou seja, Bendahan está construtivo na situação atual na Europa. Por um lado, acredita que a força da procura se vá manter, visto que os salários aumentaram mais do que a inflação, e as poupanças restantes geradas após a COVID, que, atualmente, proporcionam rendimentos no banco, fazem com que haja, pela primeira vez em muito tempo, a sensação de aumento patrimonial nas famílias.

Quanto às empresas, estas demonstraram que podem crescer a taxas próximas do PIB nominal (que se poderá aproximar dos 4-4,5% este ano). Desta forma, o ciclo de excesso de stocks parece esgotado, pelo que a produção industrial deverá recuperar, e, além disso, a política de recompra de ações, muito difundida nos EUA, mas não tanto na Europa, está a estabelecer-se cada vez mais aqui. Tudo isto faz Eric Bendahan acreditar que tal pode contribuir para que assistamos a crescimentos de lucros próximos de 5%.