Montante investido em fundos estrangeiros distribuídos ao retalho em Portugal ultrapassou os 7,6 mil milhões em 2021

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Créditos: Abed Ismail (Unsplash)

Recentemente, na FundsPeople, apresentávamos-lhe que, segundo a estimativa da EFAMA, os ativos sob gestão investidos no total de fundos estrangeiros comercializados no nosso país atingiram os 42 mil milhões de euros, o que contrasta com os 32 mil milhões que a EFAMA reportava no final de 2020. Trata-se de um crescimento impressionante de 31%.

Agora, também a CMVM no Relatório sobre os Mercados de Valores Mobiliários referente a 2021, divulga que “os OICVM estrangeiros comercializados em Portugal continuaram a registar uma procura crescente” nas plataformas de distribuição nacionais. Mais concretamente, “os montantes colocados pelos 159 (mais 18 do que em 2019) OICVM estrangeiros distribuídos ao retalho totalizaram 7,6 mil milhões de euros (+37,6% face a 2020; variação média anual de 30% nos últimos 10 anos)”, menciona a entidade.

Valor colocado, número de participantes (esq.) e subscrições líquidas de OICVM estrangeiros (dir.)

Adicionalmente, é referido que o número de entidades a comercializar estes fundos subiu para 19 com referência ao final de 2021, ou seja, mais três do que em 2020, algo que “ajuda a explicar a diminuição da concentração das quotas de mercado”, diz a CMVM. Aponta então que o Herfindahl–Hirschman Index (HHI) se sitou em 1.208, o que evidencia um mercado pouco concentrado. Em relação ao ano passado, o HHI situava-se em 1.693.

Apesar dos últimos dados da CMVM sobre a distribuição ao cliente final de fundos de investimento estrangeiros serem referentes ao primeiro trimestre de 2021, entre as entidades que detinham maior quota de mercado encontrava-se o ABANCA, o Millennium bcp e o Bankinter.

o valor das subscrições líquidas atingiu os 1,3 mil milhões de euros, “refletindo uma variação de 700% face ao período homólogo”, diz a CMVM.

Participantes

Por sua vez, segundo a entidade supervisora, “o número de participantes ascendeu a 358 686, registando em 2021 o maior aumento histórico nos mais de 20 anos em que estes fundos são comercializados em Portugal”.  Destaca-se, contudo, que este número reconhece um participante por cada fundo de investimento, o que resulta que o número de participantes será sempre maior do que o número total de investidores individuais nestes fundos, por via daqueles que detêm investimento em mais de um veículo.

O valor médio por participante era de 21,1 mil euros no final do ano, “traduzindo um aumento relevante face a 2020", que se situou em 16,7 mil euros. "Este valor médio por participante continua a ser superior ao verificado nos OICVM nacionais, sugerindo a existência de uma procura diferenciada dirigida aos dois segmentos”, comenta a entidade.