Patrick Vogel (Schroders): “O crédito europeu investment grade continua atrativo”

Patrick Vogel
Patrick Vogel. Créditos: Cedida (Schroders)

O Schroder ISF Euro Corporate Bond, com Rating FundsPeople 2023, é gerido por Patrick Vogel, que, atualmente, mantém uma perspetiva positiva sobre o crédito europeu com investment grade. “Oferece um carry positivo e continua atrativo em termos de valor relativo, especialmente em comparação com o mercado de investment grade norte-americano”, afirma à FundsPeople.

Além disso, o gestor desta popular estratégia da Schroders considera que os atuais níveis de yield no mercado europeu também oferecem proteção contra a volatilidade do mercado. No entanto, em alguns segmentos do mercado, Patrick Vogel mostra-se cauteloso. É o caso do high yield. “Mantemos a prudência quanto às perspetivas do mercado de high yield, uma postura que nos levou a reduzir a exposição fora do índice de referência do fundo em meses anteriores”, reconhece.

Fonte: Schroders. Dados a 31 de agosto de 2023.

Últimos ajustes realizados na carteira

Numa fase marcada pela deterioração dos indicadores económicos e pelo aumento do risco de recessão na zona euro, Patrick Vogel aumentou a duração da carteira, em parte para se proteger contra o aumento dos spreads de crédito. “Participamos no mercado de novas emissões, focando-nos nos emitentes com classificação A e BBB. Acrescentamos posições no setor dos bens de luxo: concentrámo-nos em ações de consumo consolidadas, com lucros diversificados do ponto de vista geográfico, fluxos de caixa sólidos e elevadas margens de lucro”, revela. 

Acrescentaram também uma nova emissão de uma empresa de diagnósticos e testes que entrou no mercado com um spread atrativo em relação aos swaps com um vencimento equivalente. “Embora as receitas tenham sofrido uma contração após registar lucros sem precedentes durante a pandemia da COVID e as margens tenham estado sob pressão durante algum tempo, os fundamentais de crédito continuam atrativos num contexto em que a empresa aumentou a sua presença nos setores alimentar e farmacêutico através de aquisições”, afirma. 

Estes acréscimos foram financiados, em parte, transferindo a exposição de posições mantidas no setor automóvel, que está mais exposto a um período de abrandamento nos principais mercados de exportação. Reduziu também a exposição aos mercados de obrigações governamentais e realizou mais-valias numa posição fora do índice de referência numa emissão de dívida bancária denominada em dólares.

Visão macro

Do ponto de vista macroeconómico, o gestor acredita que o discurso de que a economia irá protagonizar uma aterragem suave ganhou impulso, uma vez que a combinação entre a solidez do crescimento norte-americano e a diminuição da inflação dissipou fortemente os receios de uma recessão a curto-prazo e criou um ambiente positivo para os mercados de crédito.

“No entanto, a recente debilidade de certos indicadores económicos da zona euro, como as vendas do setor de retalho e os inquéritos do setor dos serviços, justificam uma maior prudência, especialmente no que diz respeito às perspetivas dos setores de consumo mais cíclicos”, conclui.