A edição de 2020 do Factbook da EFAMA sobre as tendências no universo dos fundos de investimento dão conta de um aumento da procura no mercado nacional, com um equilíbrio entre estratégias nacionais e estrangeiras.
A EFAMA publicou este ano a 18º edição do seu Factbook, um extensivo documento que se propõe estudar e divulgar as tendências no que toca aos fundos de investimento, no contexto europeu. Os vários dados apresentados vão desde as alterações nas composições das carteiras dos fundos, a procura dos mesmos, assim como movimentos no investimento entre países europeus e num contexto mundial.
Em termos da procura por estes instrumentos em Portugal, o relatório dá conta que, no final de 2019, a dimensão do mercado nacional de fundos de investimento seria de 54 mil milhões de euros, incluindo fundos imobiliários e de titularização de créditos. Este indicador revela um crescimento na casa dos 12,5% quando comparado com dados de 2017, também da EFAMA, que davam conta de 48 mil milhões de euros investidos em fundos de investimento em território nacional. O mercado de fundos em Portugal representa assim 0,4% da quota de mercado europeia, que é dominada pela Alemanha (21,2%), Reino Unido (14%) e França (12,5%).
(Clique na imagem para ampliar)
Em termos de preferência por fundos domésticos ou estrangeiros, a maioria recai para os fundos fora de portas, com 29 mil milhões de ativos a eles alocados (53,7%). Ainda assim a distribuição é relativamente equilibrada neste aspeto, ao contrário de países como a Alemanha, os Países Baixos, o Reino Unido ou a Suécia, cujos fundos nacionais captam a maioria do investimento.
Fundos portugueses ficam em casa
O relatório apresenta ainda informação relativa à domiciliação dos fundos. Concretamente, a percentagem dos fundos domiciliados em determinado país que são detidos no estrangeiro ou dentro de portas.
Neste capítulo, países como a Irlanda e o Luxemburgo apresentam-se como os outliers: mais de 90% dos fundos domiciliados nestes países são detidos noutras nações. Esta tendência é acompanhada de perto por Malta e pelo Chipre que são considerados "cross-border fund centers”, pela sua quantidade de fundos domiciliados que estão detidos no estrangeiro.
Já Portugal encontra-se entre a nata europeia, visto que a vasta maioria (92%) dos fundos domiciliados em terras lusas estão igualmente detidos por investidores em território nacional. Apesar desta ser a tendências na maioria da Europa há ainda exceções do outro lado do espectro, como é o caso do Reino Unido e da Eslovénia, em que apenas uma ínfima parte dos fundos domiciliados internamente são detidos por investidores estrangeiros.
(Clique na imagem para ampliar)