Mercado português de fundos de investimento nacionais e estrangeiros aumenta 12,5% em dois anos

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A EFAMA publicou este ano a 18º edição do seu Factbook, um extensivo documento que se propõe estudar e divulgar as tendências no que toca aos fundos de investimento, no contexto europeu. Os vários dados apresentados vão desde as alterações nas composições das carteiras dos fundos, a procura dos mesmos, assim como movimentos no investimento entre países europeus e num contexto mundial.

Em termos da procura por estes instrumentos em Portugal, o relatório dá conta que, no final de 2019, a dimensão do mercado nacional de fundos de investimento seria de 54 mil milhões de euros, incluindo fundos imobiliários e de titularização de créditos. Este indicador revela um crescimento na casa dos 12,5% quando comparado com dados de 2017, também da EFAMA, que davam conta de 48 mil milhões de euros investidos em fundos de investimento em território nacional. O mercado de fundos em Portugal representa assim 0,4% da quota de mercado europeia, que é dominada pela Alemanha (21,2%), Reino Unido (14%) e França (12,5%).

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Em termos de preferência por fundos domésticos ou estrangeiros, a maioria recai para os fundos fora de portas, com 29 mil milhões de ativos a eles alocados (53,7%). Ainda assim a distribuição é relativamente equilibrada neste aspeto, ao contrário de países como a Alemanha, os Países Baixos, o Reino Unido ou a Suécia, cujos fundos nacionais captam a maioria do investimento.

Fundos portugueses ficam em casa

O relatório apresenta ainda informação relativa à domiciliação dos fundos. Concretamente, a percentagem dos fundos domiciliados em determinado país que são detidos no estrangeiro ou dentro de portas.

Neste capítulo, países como a Irlanda e o Luxemburgo apresentam-se como os outliers: mais de 90% dos fundos domiciliados nestes países são detidos noutras nações. Esta tendência é acompanhada de perto por Malta e pelo Chipre que são considerados "cross-border fund centers”, pela sua quantidade de fundos domiciliados que estão detidos no estrangeiro.

Já Portugal encontra-se entre a nata europeia, visto que a vasta maioria (92%) dos fundos domiciliados em terras lusas estão igualmente detidos por investidores em território nacional. Apesar desta ser a tendências na maioria da Europa há ainda exceções do outro lado do espectro, como é o caso do Reino Unido e da Eslovénia, em que apenas uma ínfima parte dos fundos domiciliados internamente são detidos por investidores estrangeiros.

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