O tempo que um investidor permanece investido num fundo de investimento depende de variados fatores, como a rentabilidade do produto ou até o seu comissionamento (dois fatores relacionados), mas sem dúvida que a “paciência” do investidor para se manter vinculado a um fundo de investimento é um dos mais fundamentais.
As últimas informações veiculadas pela EFAMA, no seu a Fact Book 2020, indicam que em território europeu os investidores, entre 2016 e 2019 permaneceram investidos em fundos de ações em média 2.8 anos, enquanto que em fundos de obrigações a média desce, no caso 2.1 anos. O período mais longo de permanência pelos investidores europeus é associado aos fundos multiativos: nestes produtos, diz a Associação, permanecem em média investidos 3.2 anos. Porquê? A EFAMA realça que “isto se pode explicar pelo reequilíbrio interno da carteira, realizado automaticamente nesse tipo de fundos em resposta à evolução do mercado”.
Mais de 4 anos em multiativos
À semelhança da tendência europeia, em Portugal também é nos fundos multiativos que o fund holding period é mais longo, no caso uma média de 4,2 anos. Contudo, este período de permanência dos investidores fica “ex-aequo” com os fundos de ações, onde os clientes nacionais também ficam investidos em média 4,2 anos. Nas obrigações, o tempo médio em que o investidor detém o fundo é mais reduzido, e fica-se pelos 3 anos, em média.
Os fundos de mercado monetário, por sua vez, e à semelhança do que acontece também com a média europeia, são a tipologia de produto onde os clientes nacionais “ficaram” menos tempo no período: uma média de 1,6 anos.
Comparando com a média europeia, como visível na tabela, os clientes nacionais detêm por mais tempo fundos de investimento, em média: 2,7 anos, comparativamente com uma média europeia que não chega a um ano.
Também olhando para a vizinha Espanha a diferença é notória nalgumas classes de fundos, como as de ações, ou até mesmo de obrigações, em que o holding period nos fundos nacionais foi superior entre 2016 e 2019.