Por que um fundo monetário é melhor do que um depósito para reservar a liquidez?

finanças poupanças dinheiro
Créditos: Fabian Blank (Unsplash)

Há sempre um espaço para a liquidez, mas… depósito bancário ou fundo monetário? Qual é o produto mais interessante? É a pergunta que muitos investidores fazem atualmente, tanto pequenos aforradores como empresas, que não sabem muito bem o que fazer com as suas posições em liquidez, as quais reservam para enfrentar futuros projetos, como comprar uma casa, no caso dos investidores de retalho, ou realizar alguma operação de aquisição, no caso das empresas.

Richard Mulley, responsável de Soluções Monetárias e Obrigações a Curto Prazo para a região EMEA na Goldman Sachs Asset Management, afirma, numa apresentação a clientes em que a FundsPeople esteve presente: “A melhor opção é o fundo monetário. Se tivesse de dar uma razão, diria a diversificação que o produto oferece”. Mas este não seria, na sua opinião, o único argumento a favor do fundo monetário. Há mais.

Há, por exemplo, a questão do acesso ao dinheiro. “Pode entrar e sair quando quiser sem ter de se ajustar a algum prazo de vencimento. A velocidade a que o mercado monetário se move é maior. Quando as taxas sobem, os bancos demoram mais tempo a ajustar a remuneração dos depósitos. Quando as taxas baixam, acontece o contrário”, indica. Ou a desconcentração do risco de contraparte. “Se entrarmos numa recessão, quanto mais diversificadas forem as suas posições, melhor”.

E, claro, a maior rentabilidade esperada. “Mais yield em troca, sim, de assumir um pouco mais de risco. As obrigações a curto prazo são a classe de ativos na qual se deve estar, quer, a nível macro, caminhemos para um soft landing ou para um hard landing”, sublinha. Os tempos em que o investidor tinha de pagar para que lhe guardassem o dinheiro acabaram. E isso está a fazer com que muitos clientes tradicionais se virem para o fundo monetário.

“Quando as taxas eram negativas, não queriam estar em fundos do mercado monetário que lhes davam rentabilidades negativas. Isso empurrava-os a fazer coisas estranhas, entrando em classes de ativos que não correspondiam ao seu perfil de risco. Agora, os fundos do mercado monetário e as obrigações a curto prazo em geral oferecem centenas de oportunidades a aproveitar por parte de toda essa base de clientes que quer ter o seu dinheiro guardado”, aponta Mulley.

Na Goldman Sachs AM observa-se um movimento importante de dinheiro guardado em depósitos e instituições financeiras em direção a fundos do mercado monetário. “É poupança. Tanto do cliente de retalho, como das empresas, que têm atualmente mais 1,5 biliões de dólares em liquidez do que tinham antes da pandemia. A crise da COVID ensinou-lhes uma importante lição: ter cash no balanço para enfrentar períodos em que o negócio possa ver-se ameaçado pela queda das receitas e o seu objetivo seja sobreviver”, explica.

No que diz respeito ao investidor de retalho, o responsável de Soluções Monetárias e Obrigações a Curto Prazo para a região EMEA na Goldman Sachs AM, destaca que as dinâmicas sobre como opera este segmento de clientes está a mudar. “O dinheiro move-se mais rapidamente. É algo que se deve à tecnologia. Observámo-lo com a saída de depósitos do Silicon Valley Bank. Os títulos dos meios de comunicação social levam-nos a agir rapidamente, à distância de um clique”, conclui.