Negócio

Os ETF ativos estão a deixar de ser um produto de nicho para assumirem um papel central nas carteiras, à medida que um mercado mais complexo, disperso e sujeito a múltiplos catalisadores exige decisões de gestão cada vez mais ativas.

No mais recente Fórum FundsPeople da Gestão de Ativos, numa conversa que uniu quatro das maiores gestoras internacionais, falou-se menos de mercados e mais de pessoas. Falou-se de digitalização, literacia financeira e ETF. E percebeu-se que, apesar da velocidade da mudança, o futuro do investimento continuará a depender da relação entre o humano e o digital.

Num mês marcado por uma mudança de regime nas expetativas de política monetária, os rankings do Banco Carregosa e do Banco Best mostram que as preferências dos investidores estão igualmente divididas entre ações e obrigações.

Num pequeno-almoço promovido pela Aberdeen, quatro profissionais debateram o papel da gestão ativa no crédito de curto prazo, num mercado onde a dispersão crescente e os spreads comprimidos tornam a seleção mais decisiva do que a simples exposição via ETF.

“Se há um grande erro que podemos cometer hoje é usar os dados dos últimos dez ou quinze anos e assumir que tudo vai continuar igual”, avisa Edoardo Cilla, diretor da equipa de Global Macro e de Asset Allocation da Fidelity.

Para Olivier Genin, Deputy Head of Markets and Product Strategy da Amundi ETF & Indexing, os ETF de obrigações estão a assumir um papel estrutural na construção de carteiras mais resilientes.

Em outubro, os ETF com exposição a ações dos EUA são o grande destaque do Top 10 do Banco Carregosa e do Banco Best, mas o apetite por ativos refúgio, como o ouro, manteve-se.

O investimento espacial está a emergir como a nova grande narrativa temática: uma transição do ouro terrestre para o ouro espacial. Quando Giorgio Carlino afirma que estamos “a menos de dez anos de extrair ouro de asteroides”, não o diz como ficção científica, mas como visão estratégica. 

A Europa está a viver a maior expansão de sempre nos ETF, como revela o estudo BlackRock People & Money 2025, com milhões de novos investidores desde 2022. Portugal acompanha - e supera- o ritmo europeu, consolidando-se entre os mercados mais avançados.