Segundo a análise da consultora independente Fitz Partners, enquanto as comissões de gestão médias brutas diminuíram, as despesas da gestão de carteiras ou de consultoria de investimentos mantiveram-se praticamente estáveis.
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A consultora independente Fitz Partners analisou mais de 1.300 fundos que representam 1.741 mil milhões de dólares de ativos sob gestão. De acordo com a última edição do seu Investment Advisory Fee Benchmarking Report, na Europa, as receitas brutas mais recentes obtidas através das comissões de gestão caíram 10% nos últimos três anos. Durante o mesmo período, até 2022, o custo da gestão de carteiras ou o de consultoria de investimentos manteve-se praticamente estável, após alguns anos de redução antes de 2019, enquanto as comissões de gestão médias brutas, incluindo algumas comissões de distribuição na Europa, diminuíram 4,6% desde 2019.
“Durante muitos anos, as gestoras europeias focaram-se e competiram largamente nas comissões cobradas aos investidores, traduzindo-se numa queda geral das comissões de gestão de fundos”, explica Hugues Gillibert, administrador executivo da Fitz Partners. Despesas como as comissões de consultoria ou as de distribuição representam a maior proporção das comissões. E, visto que se mantiveram relativamente estáveis enquanto a comissão de gestão diminuiu, a receita líquida final que resta para as gestoras teve de diminuir.
No clima atual, Gillibert considera que continua a ser imperativo que as gestoras revejam o nível de todas as despesas subjacentes dos fundos. Dá particular ênfase às comissões de consultoria de investimentos dos fundos, já que representam uma parte importante das comissões de gestão de fundos e têm um impacto substancial nas receitas das gestoras de ativos.
Os fundos mistos, a exceção
Segundo a investigação da Fitz Partners, os fundos mistos geram, em média, a margem de lucro líquida mais alta, correspondente a 0,36% dos ativos do fundo. Seguem-se os fundos alternativos, que geram 0,31% de lucro líquido. Estes números representam as receitas líquidas obtidas pelas gestoras após qualquer reembolso ou retrocessão e após o pagamento de todos os encargos da gestão de carteira.
“Os lucros líquidos dos fundos geralmente mantêm-se abaixo do nível correspondente das comissões de consultoria, embora os fundos mistos sejam uma das exceções, com um nível de lucros líquidos que excede metade das comissões de gestão de fundos”, aponta Gillibert.
Tendo o número de classes limpas em toda a Europa atingido um nível significativo, a consultora acredita que pode agora medir com precisão o lucro líquido dos fundos após qualquer despesa de gestão de carteiras e sem vestígios das comissões de distribuição de fundos ou de reembolsos que muitas vezes distorcem os debates sobre comissões e despesas na Europa.