Uma análise sobre a evolução recente do nosso país, mas também acerca do potencial risco que a situação grega pode ter na recuperação da economia nacional.
Rafael Doménech, Chief Economist for Developed Economies no BBVA Research, parece ser um otimista relativamente ao trilho da economia nacional. Num dos recentes documentos que o BBVA Research elaborou sobre a situação nacional, o especialista descreve e resume as principais mensagens a ter em conta no percurso da economia portuguesa. “Portugal cresceu finalmente em 2014, depois de três anos de taxas de crescimento negativas, apoiado por uma combinação de factores internos e externos”, aponta como primeiro ponto. O conjunto de reformas executadas, salientam, “está por detrás da recuperação”. Da entidade acreditam que o crescimento será ainda maior e mais duradouro e “é fundamental que se avaliem e ajustem as reformas realizadas”.
Portugal: com escudo mais reforçado face a um ‘Grexit’...
Porque o efeito de contágio tem sido uma das expressões mais utilizadas nos últimos tempos, do BBVA Research fizeram questão de analisar qual o risco do 'Grexit'. Da entidade salientam que se não tivesse existido acordo na passada segunda-feira, “ter-se-ia posto imediatamente em marcha um plano para fazer frente à eventual saída do euro, cujas consequências seriam nefastas para Grécia”.
Embora países como Portugal e Espanha não sejam imunes a esta situação, ambos estão “muito melhor preparados do que em 2012 para fazer frente ao Grexit”.
...Mas as incerteza persistem
Em 2014 o PIB nacional avançou 0,9%, em 2015 o incremento foi de 2,1% e em 2016, do BBVA Research, preveem um crescimento de 1,9% do Produto Interno Bruto. No primeiro trimestre de 2015, o crescimento da economia lusa baseou-se essencialmente na “procura interna, consumo privado e, sobretudo, no aumento do investimento”.
Apesar de estar melhor preparado para fazer frente a um Gréxit, nunca é demais olhar para os riscos eminentes que afetariam Portugal. Do BBVA Research escrevem que “a incerteza sobre a Grécia está a reavivar as tensões”, e deve evitar-se que a “incerteza política frene a recuperação”.
Vários desafios pela frente
O caminho positivo que o documento da entidade retrata considera por outro lado os vários desafios que Portugal ainda tem pela frente. Acreditam que há que dar “seguimento e avaliação regular das reformas realizadas”, bem como uma “remodelação e proposta de novas reformas até que o objetivo seja alcançado”.