As oportunidades para abordar as alterações climáticas

Ana Claver, CFA
Ana Claver, CFA. Foto cedida (Robeco)

TRIBUNA de Ana Claver, CFA, responsável da Robeco na Península Ibérica, U.S Offshore e América Latina. Comentário patrocinado pela Robeco.

Não nos enganemos, as chamadas alterações climáticas são um dos principais desafios a nível global que enfrentamos. Segundo a maioria dos científicos, a atividade humana, principalmente devido ao consumo de combustíveis fósseis e às mudanças no uso do solo, contribuíram para a subida da temperatura da nossa atmosfera, modificando os padrões climáticos algo que, no caso de não ser mitigado, vai representar um grave impacto na sociedade e na economia global. Isto representa uma das graves preocupações para o cidadão comum e um risco potencial muito certo para algumas carteiras de investimento.

Na Robeco estamos comprometidos em abordar as alterações climáticas, e não só através de palavras. Face a alcançar as metas propostas pelo Acordo de Paris, a 4 de dezembro de 2020 comprometemo-nos com a ambição de alcançar zero emissões líquidas de gases de efeito estufa em todos os nossos ativos sob gestão para o ano de 2050. De facto, a Robeco, já tinha decidido previamente excluir as empresas utilizadoras ou produtoras de carvão térmico, areias asfálticas e perfuração ártica de todas as suas carteiras, adotando certos limites.

O ser humano é por constituição oportunista e, portanto, algo otimista, não sendo amigo de levar a sério os avisos, mas de ouvir os que confirma os seus desejos. O crescimento constante e especialmente o exponencial, excede com o tempo a capacidade. Os desastres naturais associados às alterações climáticas, muito a nosso pesar, crescem com rácios exponenciais, como acontece com o consumo de recursos. Os cenários científicos alertam de como a não mitigação e as elevadas emissões de carbono poderão aumentar em 3,2o C a temperatura global e, por conseguinte, um aumento do nível do mar de até 80 cm, o que representará uma maior frequência de inundações. Em cidades da Nova Zelândia como Auckland, será algo semanal, e na sua capital Wellington, em cada maré cheia.

Na Robeco estamos totalmente alinhados com esse compromisso, tratamos de inspirar e promover a mudança, por isso lançámos uma ação que ocorrerá durante este ano de 2021, para apoiar projetos que viabilizem a luta contra as alterações climáticas: o Robeco Climate Change Mentoring Program.

Na Robeco queremos apoiar o empreendedor de impacto local, já que estamos convencidos de que o impacto é um dos três pilares (tal como a rentabilidade e o risco), essenciais no momento de criar valor no contexto corporativo e de investimento. Na Robeco somos conhecedores de um dos grandes desafios que tem a Humanidade: as alterações climáticas. Por isso, colaboramos e interagimos há anos com as grandes empresas cotadas, a nível global, para os ajudar a melhorar os seus processos e ir mudando para uma economia de zero emissões.

Por este motivo, queremos equilibrar o melhor de ambos os mundos (empresas cotadas e empresas mais jovens), lançando um desafio que ajude as empresas mais revolucionárias, as de impacto, a melhorar os seus processos, pôr as alterações climáticas no centro da sua estratégia, e aprender a medir estes resultados.

Outra tarefa que consideramos chave na hora de participar na luta contra as alterações climáticas, é conseguir aproximar o investidor da possibilidade de participar neste desafio global e, desta maneira, aproveitar as oportunidades com que este nos brinda. Na Robeco lançámos a primeira estratégia mundial de obrigações que respeita plenamente o Acordo de Paris, contribuindo para criar um novo índice de referência compatível com Paris. O lançamento de dois novos fundos de obrigações, o RobecoSAM Climate Global Credits e o RobecoSAM Climate Global Bonds, pretende investir o capital em empresas que estejam dentro dos limites do cenário de 1.5o C de aquecimento global.

Além disso, dentro da nossa estratégia, e num grande esforço dirigido às empresas do lado errado das alterações climáticas, a equipa de Titularidade Ativa vai interagir com as entidades que financiam quem emite mais carbono, pondo nisso o seu foco em 2021. Assim, tratará, a partir de outro programa de interação de instigar melhorias urgentes nas empresas que estejam mais atrasadas na transição para a descarbonização, que as são as que verdadeiramente necessitam de uma mudança fundamental para avançar na transição para modelos de negócio com menos emissões de carbono.

A década mais quente jamais registada, as medições da NASA sobre o aumento do nível do mar, o acelerado retrocesso dos gelos no Ártico, inundações e incêndios como os da costa oeste dos EUA... Todos estes acontecimentos deixam-nos mensagens do que poderá acontecer em caso de não agir.

O CEO da Robeco, Gilbert Van Hassel, ressaltava, com os relatórios científicos na mão, que a sociedade deve agir agora. Estamos a tempo, entendemos o risco do crescimento exponencial das alterações climáticas, mas também na Robeco soubemos ver as oportunidades que procuram abordá-lo; mediante investimento em tecnologia, que também se torna exponencial, e é a principal ferramenta que permitirá ao Homem lutar contra este fenómeno global. Ponhamos, portanto, o dinheiro a trabalhar, invistamos em sustentabilidade.